Arquidiocese de Braga -

23 maio 2013

FIDELIDADE AO MOVIMENTO

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Mensagem dirigida ao CNE, por ocasião dos 90 anos da fundação do movimento em Portugal.

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Fidelidade ao Movimento

O pensamento hodierno está dominado por uma certa tendência de relativismo, numa vontade de se adaptar ao mais conveniente ou ao que poderá proporcionar maior satisfação pessoal. Daí que algumas palavras estejam a ser “retiradas” dos comportamentos quotidianos das pessoas e das instituições.

Situo neste contexto a “fidelidade” por aquilo que ela significa e, particularmente, por aquilo que ela supõe e exige. Só que, importa reconhecê-lo, não é a sua maior ou menor aceitação que permite o aquilatar da sua importância para a sociedade e para a Igreja. Talvez o prestar-lhe pouca atenção explique a situação de muitos setores da vida humana.

Daí que, ao celebrar os 90 anos do C.N.E., me atreva a solicitar um acolhimento efetivo duma fidelidade ao Movimento, para que ele seja aquilo que motivou a sua fundação. Urge ir sempre às raízes: aí encontramos o caminho para o presente com garantias de continuidade no futuro.

Reconheço ser necessário um conhecimento do contexto social e eclesial que possa justificar um enquadramento marcado pela inovação pedagógica. Fundamental é que, na linha do Fundador, a dimensão religiosa não seja esquecida, de modo a que o “Escuta se orgulhe da sua fé”, conscientes de que, no C.N.E., é a fé católica como a Igreja a propõe.

A coincidência deste aniversário com a celebração do Ano da Fé não pode ser desconsiderada. Para mim, indica um sentido a percorrer, aceitando como inquestionável o serviço à Fé que poderá dar um sentido à juventude e fazer com que esta cresça na liberdade de se sentir Igreja Católica, com as implicações teóricas e práticas que isto possa trazer. A hora atual não se pode contentar com as ambiguidades. Deve aceitar a autenticidade e não percorrer caminhos que desvirtuem um itinerário percorrido por milhares de escuteiros.

É neste sentido que, neste aniversário, louvo a Deus por quantos se disponibilizam por servir a juventude em nome e como Igreja. Peço, ao mesmo tempo, que ousemos não fugir da rota ainda que possa ser exigente.

Fazendo isto, estaremos a homenagear D. Manuel Vieira de Matos e a dizer-lhe que a sua obra está a produzir os frutos da semente que ele colocou em Portugal. Esta é a verdadeira homenagem!

Cantemos hinos de ação de graças pelo trabalho incansável de tantos que nos antecederam. Saibamos ser dignos continuadores. Estejamos “alerta” de modo que nos “orgulhemos” de ser, verdadeiramente, Corpo Nacional de Escutas. Como sucessor de D. Manuel Vieira de Matos, presto a minha homenagem a esta peleia de homens-novos marcados pelo ideal Escutista. A todos um bem-baja e que o entusiasmo nunca esmoreça!

Uma canhota escutista,

† Jorge Ortiga, A.P.