Arquidiocese de Braga -

3 junho 2013

D. JORGE DENUNCIA CONTRADIÇÕES DA COADOÇÃO

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Departamento Arquidiocesano de Comunicação Social

D. Jorge Ortiga abordou ontem a polémica lei da coadoção, denunciando as contradições da argumentação formulada pelo grupo que tem vindo a defender este regime legal aprovado recentemente pelo parlamento, na eucaristia da peregrinação arquidiocesana ao Sa

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D. Jorge Ortiga abordou ontem a polémica lei da coadoção, denunciando as contradições da argumentação formulada pelo grupo que tem vindo a defender este regime legal aprovado recentemente pelo parlamento.
«Todos os argumentos do grupo defensor desta lei esbarram nos direitos naturais das crianças: o direito a ter um pai e uma mãe, o direito a conhecer a identidade do seu pai e da sua mãe biológicos, e o direito a ser educado num ambiente familiar sadio», sublinhou o prelado, presidindo à eucaristia da peregrinação arquidiocesana ao Sameiro.
D. Jorge Ortiga foi ainda mais longe no tom crítico, tendo acusado de «hipocrisia» os indivíduos que defendem a coadoção por casais do mesmo sexo, por «só agora se lembrarem» das crianças desprotegidas, quando «pouco ou nada fizeram» em prol das mesmas.
«Como se não bastasse, ainda há bem pouco, este mesmo grupo defendeu a lei do aborto, essa lei que mata por ano 20 mil crianças no nosso país», recordou, diante da multidão de fiéis que enchia a esplanada no santuário.
O prelado bracarense fez questão de aludir à “distração” dos deputados da Assembleia da República, referindo que estes «ignoraram as 92 mil assinaturas a pedir um referendo sobre a legalidade do casamento entre pessoas do mesmo sexo» e aprovam agora «uma lei que ofende a dignidade humana das crianças e, por inerência, atenta contra o futuro sociedade portuguesa registo aberto».
«A adoção existe para proteger o superior interesse da criança, e não o interesse dos pais que querem adotar», acrescentou, sugerindo que os políticos deveriam escutar «verdadeiramente o querer dos portugueses» a este respeito.
Recordando a visita do Papa João Paulo II a este santuário em 1982, na qual pronunciou «um discurso belo sobre a família», D. Jorge Ortiga reafirmou a necessidade dos cristãos «não se calarem» perante mais um «atentado» contra a célula base da sociedade.
No seu discurso, o Arcebispo não esqueceu também a celebração dos 150 anos do Sameiro, apelidando este santuário mariano de «coração do Minho», porque o «verdadeiro minhoto», quando aqui vem, «é contagiado por uma tal espiritualidade mariana, que o reconforta, o valoriza e o capacita para, quando descer posteriormente este monte, encarar a vida com um novo horizonte».
O prelado bracarense terminou a homilia recordando as intenções desta peregrinação arquidiocesana, fazendo uma particular prece «por todas as mães» particularmente «as que sofrem» e as «que não são compreendidas e amadas».

Sameiro viveu maior enchente dos últimos anos
O santuário do Sameiro viveu ontem seguramente uma das suas maiores enchentes dos últimos anos. A celebração dos 150 anos do santuário, que motivou um programa especial de iniciativas, acabou por atrair mais de 50 mil peregrinos ao alto do monte Espinho, onde é venerada a imagem de maior devoção do povo de Braga.
Recorde-se que, na passada sexta-feira, a imagem de Nossa Senhora do Sameiro venerada na basílica desceu até à cidade de Braga, tendo-se realizado uma grande procissão de velas até à igreja do Pópulo. Excecionalmente este ano foi esta a imagem transportada durante o percurso da peregrinação, facto que foi muito bem acolhido pelos fiéis.
No final da celebração, o cónego José Paulo Abreu, presidente da Confraria do Sameiro, fez questão de agradecer a todos os envolvidos na organização desta peregrinação arquidiocesana, tendo deixado um particular agradecimento aos dez «valentes» que transportaram a imagem de Nossa Senhora do Sameiro, desde a cidade de Braga.
O santuário do Sameiro, que teve origem num monumento em honra da Imaculada Conceição iniciado a 14 de junho de 1863, prossegue as comemorações dos 150 anos nos dias 15 e 16 de junho.