Arquidiocese de Braga -
4 abril 2014
OPINIÃO: QUARESMA, O QUE QUER DIZER?
Decorrido o período carnavalesco recheado de diversões por todo o lado, na acalmia que agora se faz sentir, perguntamo-nos: Afinal, o que vem a ser a Quaresma? A resposta é rápida e clara: A palavra vem do latim “quadragésima” e é utilizada para designar
Decorrido o período carnavalesco recheado de diversões por todo o lado, na acalmia que agora se faz sentir, perguntamo-nos: Afinal, o que vem a ser a Quaresma? A resposta é rápida e clara: A palavra vem do latim “quadragésima” e é utilizada para designar o período de 40 dias que antecedem a Páscoa, a festa ápice do cristianismo: a Ressurreição de Jesus Cristo, celebrada no Domingo de Páscoa.
Este tempo litúrgico, como tempo de preparação que é, é tempo de escuta da palavra de Deus, de conversão pessoal, de recordação do nosso Batismo, de reconciliação com Deus e com todos os nossos irmãos, recorrendo com mais frequência às “armas da penitência cristã”: a oração, o jejum e a esmola (cf. Mt 6,1-6. 16-18).
Embora seja um tempo penitencial, a Quaresma não é um tempo triste e depressivo. É ocasião de sermos mais dóceis à graça de Deus para derrotarmos `o homem velho` que atua em nós; ocasião de renunciarmos ao pecado que habita nos nossos corações e de nos afastarmos de tudo o que nos separa da vontade de Deus e, por conseguinte, da nossa verdadeira felicidade.
A sua duração inspira-se na simbologia do número quarenta na tradição da Sagrada Escritura: quarenta foram os dias que durou o dilúvio, quarenta foram os anos que o povo hebreu passou no deserto; quarenta dias que Moisés e Elias passaram nas montanhas. Há ainda muitas outras passagens da Bíblia em que aparece o número quarenta, e todas estão sempre associadas à ideia de tempo de penitência.
Durante a Quaresma, a Igreja “quer convidar-nos, sobretudo, a reviver com Jesus os quarenta dias que passou no deserto, rezando e jejuando, antes de empreender a sua missão pública” (Papa Bento XVI).
Como viver a Quaresma
Por fim, de entre as práticas quaresmais que a Igreja nos propõe, o exercício da caridade ocupa um lugar primordial. É o que nos recorda S. Leão Magno: “Estes dias da Quaresma convidam-nos de maneira premente ao exercício da caridade; se devemos chegar à Páscoa santificados no nosso ser, devemos pôr um interesse especialíssimo em adquirir esta virtude, que contém em si todas as outras e cobre uma multidão de pecados”.
A caridade deve ser vivida de maneira especial com aqueles que estão mais perto de nós, no ambiente concreto em que nos movemos. Trata-se de sorrir àqueles com quem não nos damos tão bem (talvez por nossa culpa), de aumentar o espírito de serviço…. Principalmente, pode ser uma oportunidade para aproximarmos de Deus os nossos familiares e amigos: esse é o maior bem que lhes podemos fazer.
A Quaresma é também um tempo propício para lutarmos contra os nossos defeitos mais arraigados. Aproveitar esta época litúrgica para crescermos em humildade que pressupõe o conhecimento próprio, fazendo um exame mais aprofundado da nossa vida, descobrindo o que nos aproxima ou afasta de Deus. A seguir marcaremos metas concretas de melhoria e esforçar-nos-emos para atingi-las…Se alguma vez falharmos, recorreremos com humildade e contrição ao Sacramento da Penitência e recomeçaremos com alegria. Se fizermos da nossa parte o que podemos, Deus ajudar-nos-á dando-nos as graças necessárias para uma verdadeira conversão…
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