Arquidiocese de Braga -

14 abril 2014

CORTEJO DE GUIÕES QUER CRIAR RAÍZES NA SEMANA SANTA EM BRAGA

Fotografia

O centro da cidade de Braga parou, na tarde de ontem, para apreciar o “II Cortejo de Guiões dos Passos do Concelho”, uma iniciativa da Irmandade do Mártir São Vicente de Braga. A procissão saiu da igreja de São Vicente, percorreu a Rua de São Vicente, Lar

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O centro da cidade de Braga parou, na tarde de sábado, para apreciar o “II Cortejo de Guiões dos Passos do Concelho”, uma iniciativa da Irmandade do Mártir São Vicente de Braga.

A procissão saiu da igreja de São Vicente, percorreu a Rua de São Vicente, Largo dos Penedos, Rua dos Chãos, Largo de São Francisco, Rua dos Capelistas, Rua Justino Cruz e Rua do Souto, e recolheu à Sé Catedral, onde, os Guiões ficarão expostos até Domingo de Pascoela, 27 de abril.

Realizado pela primeira vez o ano passado,  este cortejo integrou os Guiões das cinco paróquias que realizam Procissão dos Passos fora da cidade - Cabreiros, Celeirós, Crespos, Figueiredo e Real-  e o da Irmandade de Santa Cruz, que faz a Procissão de Passos da Cidade integrada na Semana Santa.

Estas paróquias levaram também bandeiras associadas - do Senhor dos Passos, da Senhora das Dores, de Confrarias - e fizeram-se representar, cada uma, com um quadro bíblico, o mais significativo das suas Procissões dos Passos.

Participaram ainda três fanfarras, dos agrupamentos de escuteiros de Celeirós, Figueiredo e Real.

A Irmandade de S. Vicente organiza este cortejo — que inicia  com uma cruz penitencial  e remata com outra cruz (Cristo redentor) - com o propósito de «congregar e divulgar na cidade as diferentes Procissões de Passos que se realizam no Concelho», disse o  juiz-presidente.

Por outro lado, acrescentou José Pinto,  visa dar a conhecer os Guiões, quer ao  público bracarense, quer às pessoas de fora que visitam a cidade por ocasião da Semana Santa.

Este é um «património rico» que é desconhecido por uma grande parte significativa dos bracarenses, já que estas bandeira apenas são utilizados para abrir as Procissões do Senhor dos Passos nas respetivas paróquias.

José Pinto espera que o cortejo possa ter continuidade e crie raizes a nível das tradições pascais na cidade de  Braga, até porque ele tem o seu contexto litúrgico congregando as diferentes irmandades e confrarias organizadoras de Procissões de Passos e como que fazendo o remate do período da Quaresma. 

No âmbito deste cortejo, a Irmandade de São Vicente procedeu, na passada quinta-feira, à reposição do ritual da “Puxada do Guião”, no adro da igreja.

 Trata-se de uma tradição que, segundo apurou a Irmanadade, é oriunda e exclusiva - pelo menos, no território concelhio bracarense - da freguesia de Cabreiros, que se realizava, e continua a realizar, numa das noites da semana que antecede o domingo da procissão do Senhor dos Passos.

Este ritual traduzia-se, essencialmente, no testar das capacidades de força/valentia e destreza dos homens pegadores do Guião principal nesse ano.  Do trio selecionado, elegia-se o pegador principal. Durante o percurso da procissão, os dois restantes pegadores revezam, em alternância, o pegador principal quando este dava sinais de fadiga. Este ritual  visava também estimular o aparecimento de potenciais novos pegadores. 

Mandava a tradição que os pegadores do Guião principal seriam exclusivamente da responsabilidade dos homens casados da freguesia. Aos ‘moços’ ou rapazes solteiros, era dada a honra de transportar a bandeira da Nossa Senhora na procissão.

Ao contrário do que actualmente se verifica, a esta “prova” ou “teste” de força e capacidades, que se realizava e realiza no terreiro fronteiro à capelsa do Senhor dos Passos, assistiam exclusivamente homens. 

A reposição da ‘Puxada do Guião’ em São Vicente este a cargo dos pegadores dos Guiões de Cabreiros.  

DM, 13 de Abril de 2014