Arquidiocese de Braga -

30 maio 2014

CÂMARA MUNICIPAL DE GUIMARÃES APROVA VOTO DE PESAR PELA MORTE DE PADRE JOAQUIM OLIVEIRA BRAGANÇA

Fotografia

Nome ligado à investigação litúrgica e prestigiado Consultor do Vaticano, foi um dos oradores do III Congresso Histórico de Guimarães. Faleceu com 88 anos. Câmara Municipal aprovou, por unanimidade, Voto de Pesar, cujo conteúdo se transcreve, na íntegra.

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Nome ligado à investigação litúrgica e prestigiado Consultor do Vaticano, foi um dos oradores do III Congresso Histórico de Guimarães. Faleceu com 88 anos. Câmara Municipal aprovou, por unanimidade, Voto de Pesar, cujo conteúdo se transcreve, na íntegra.

No dia 24 de maio, faleceu o Padre Doutor Joaquim Oliveira Bragança nascido no dia 6 de outubro de 1925, na freguesia de Abação, Guimarães, filho de Domingos de Oliveira Bragança e de Albina Mendes Ferreira.

Frequentou os Seminários Diocesanos de Braga e foi ordenado sacerdote a 15 de outubro de 1949 no Santuário de Nossa Senhora da Lapinha. Em 10 de setembro de 1949, foi nomeado Vigário Cooperador de Fafe; em 30 de dezembro de 1952, foi nomeado Pároco de Garfe, Póvoa de Lanhoso; em 07 agosto de 1956, foi nomeado Pároco da Costa, em Guimarães.

Com o apoio da Fundação Calouste Gulbenkian, rumou a Paris em 1958 para se especializar no Instituto Superior de Liturgia, da Faculdade de Teologia do Instituto Católico de Paris. Prestou provas de doutoramento, em 1962, com o trabalho “La Vigile Pascale du Missel”, de Mateus. Aprofundou a formação recebida com o estudo aturado de centenas de manuscritos, em diferentes instituições de Portugal, França, Espanha e Roma.

Entre as obras a que deu corpo, contam-se a magistral edição do Missal de Mateus e títulos como Ritual de Santa Cruz de Coimbra, Processionário-Tropário de Alcobaça, Ritual de Braga do Séc. XV e A música do Pontifical de Braga do séc. XV.

Professor jubilado da Faculdade de Teologia da Universidade Católica Portuguesa, foi diretor da revista Didaskalia (1971-1995), órgão científico da Faculdade, integrou o Conselho de Direção e Redação da revista “Communio” (1984-1988) e fundou, em 1987, a revista de musicologia “Modus”, do Instituto Gregoriano de Lisboa.

Foi Académico da Pontifícia Academia Mariana Internationalis (Roma), membro da Sociedade Científica da Universidade Católica Portuguesa (Lisboa) e de Societa Catalana d´Estudis Litúrgics (Barcelona).

No lançamento da obra que recolhe 40 anos da sua atividade, intitulada “Científica, Liturgia e Espiritualidade na Idade Média”, única entre nós, e que atingiu um nível científico internacional, marcando a investigação litúrgica mesmo para além das fronteiras do nosso país, D. Carlos Azevedo referiu-se à obra do seguinte modo:

«Ao percorrermos 40 anos de atividade científica do Professor Bragança, percebemos como o académico ganhou por mérito próprio lugar incontestável e incomparável, entre nós, no domínio da historiografia litúrgica medieval», disse.

«A comunidade científica, e não apenas portuguesa, contraiu para com Joaquim Oliveira Bragança não uma pequena dívida, ao ver disponibilizados sob selo da mais elevada qualidade tantos dos textos litúrgicos que deram vida e expressão ao sentir religioso das mulheres e dos homens que fizeram a Idade Média».

Um homem exemplar, um académico notável que marcou indelevelmente a área da investigação litúrgica, um homem simples que amava Guimarães, a sua terra, que fica mais pobre com o seu falecimento.

Por todas estas razões propõe-se a aprovação por esta Câmara Municipal de um Voto de Pesar pelo falecimento do Padre Doutor Joaquim Oliveira Bragança.

(http://www.cm-guimaraes.pt)