Arquidiocese de Braga -

21 julho 2014

SACERDOTES DESAFIADOS A DIFUNDIREM FIGURA DE FREI BARTOLOMEU

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O Arcebispo de Braga expressou na passada sexta-feira o desejo de que os sacerdotes se entusiamem pelo Beato Frei Bartolomeu dos Mártires (1514-1590) para que mais pessoas invoquem esta «grande figura» de tal modo que venha a ser proclamada Santo ou até D

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O Arcebispo de Braga expressou na passada sexta-feira o desejo de que os sacerdotes se entusiamem pelo Beato Frei Bartolomeu dos Mártires (1514-1590) para que mais pessoas invoquem esta «grande figura» de tal modo que venha a ser proclamada Santo ou até Doutor da Igreja.

Falando no encerramento do encontro inter-diocesano do clero, no Auditório Vita, integrado nos 500 anos do nascimento de Frei Bartolomeu dos Mártires, com presença de perto de 300 padres das Dioceses de Braga, Viana do Castelo, Bragança-Miranda e Vila Real, D. Jorge Ortiga como que deixou um desafio aos sacerdotes para que procurem conhecer «um pouco melhor» a vida, a doutrina e a mensagem do religioso da Ordem de S. Domingos, que foi Arcebispo de Braga, e depois façam por imitá-lo e falem dele nas comunidades paroquiais.

«Ao falarmos dele com certeza que muitas pessoas o irão invocar, pedindo graças e, para além de outros trabalhos que nós possamos fazer com as graças, algumas delas que poderão ser consideradas milagres, então teremos aquilo que nos parece de inteira justiça: a proclmação dele como santo e até quem sabe como Doutor da Igreja», disse o prelado.

Ao Diário do Minho, D. Jorge Ortiga adiantou que  simultaneamente os promotores da canonização do Beato vão trabalhar para uma “canonização equipolente” (equivalente), ou seja, um processo em que o Papa reconhece a santidade sem a necessidade de haver um milagre.

D. Frei Bartolomeu dos Mártires foi proclamado Beato em 4 de dezembro de 2001 pelo Papa João Paulo II.

O livro “Estímulo dos Pastores”, de Frei Bartolomeu dos Mártires, serviu de mote para este encontro no dia da memória litúrgica do Beato, em que participaram também os Bispos de Viana do Castelo, Bragança-Miranda e Vila Real, dioceses que estavam integradas na Arquidiocese de Braga no tempo em que Bartolomeu dos Mártires era o Arcebispo de Braga.  

«Este livro parece-me que serve muito bem de meditação ou, pelo menos de leitura espiritual, para que sejámos capazes de falar do Beato Bartolomeu nas  nas nossas comunidades paroquiais», considerou o Arcebispo.

Além dos quatro bispos, que debruçaram-se sobre algumas ideias da segunda parte do livro “Estímulo dos Pastores”, estiveram o Provincial dos Diminicanos, Frei Pedro da Cruz Fernandes e o cónego João Aguiar Campos que moderou a mesa.

A D. Jorge Ortiga coube ler algumas passagens dos pimeiros três capítulos, tendo destacado a que diz que o pastor vive para servir.

O bispo de Viana debruçou-se sobre os capítulos IV, V e VI, fazendo paralelismos com passagens da Exortação apostólica do Papa Francisco. É que segundo o prelado, muito do que Frei Bartolomeu disse coincide com aquilo que o Papa Francisco escreve para os agentes pastorais.

D. José Cordeiro, Bispo de Bragança-Miranda, ocupou-se dos capítulos VII, VIII e IX e para o Bispo de Vila Real, D. Amândio José Tomás, ficaram os três últimos capítulo do “Estímulo dos Pastores”.

Este encontro culminou com uma celebração eucaristica no Convento de S. Domingos,  Viana do Castelo, junto ao túmulo onde o Beato está sepultado.

Bispo Muito Exigente e Coerente

O Provincial dos Diminicanos frisou, na reflexão que fez a partir de um apanhado de textos de D. Frei Bartolomeu dos Mártires, que este religioso da  Ordem de São Domingos foi um bispo «muito exigente e coerente consigo».

Segundo Frei Pedro da Cruz Fernandes, Frei Bartolomeu  «tomou a sério» o seu serviço pastoral e «empenhou-se em ir ao encontro das suas ovelhas». 

«Esteve sempre perto das pessoas, ouvindo-as, acolhendo-as, formando-as e estimulando-as a seguirem Jesus Cristo», disse o provincial.

Numa época de grande crise da Igreja, o Beato Frei Bartolomeu dos Mártires, acrescentou, «não só definiu o perfil do prelado como encarnou na sua pessoa o que defendeu no Concílio de Trento acerca dos pastores».

Lembrou a «notável participação» do Arcebispo de Braga na terceira fase do Concílio de Trento, designadamente nas reuniões de 1561 a 1563, onde apresentou 268 edições e mereceu o elogio do Papa e o aplauso dos seus pares.

Frei Pedro da Cruz Fernandes spera que a canonização de Frei Bartolomeu esteja para breve.

DM 19 de Julho de 2014