Arquidiocese de Braga -

A paróquia de Nine, arciprestado de Vila Nova de Famalicão, mobilizou-se, no passado fim de semana para se associar às celebrações dos 20 anos do Agrupamento de Escuteiros 1046 de Nine. 

O aniversário foi vivido sob um imaginário inspirado na figura de João Paulo II, recentemente canonizado, adiantou ao Diário do Minho nota do agrupamento. 

Assim, cada secção escutista foi convertida num continente e toda a atividade «incentivou os convidados a transcender medos, fronteiras e desafios, contando com a presença simbólica e motivacional das figuras de Madre Teresa de Calcutá (Ásia, Lobitos), de Jorge Mário Bergoglio, o nosso atual Papa Francisco (América, Exploradores), o cientista Howard Florey (Oceânia, Pioneiros) e Nelson Mandela (África, Caminheiros)».  

Juntos, percorrendo trajetos um pouco por todos os lugares da freguesia de Nine, os escuteiros promoveram atividades radicais, danças, jogos de equipa e momentos de reflexão, ao longo de um intenso sábado de calor, que culminou num divertido desfile intercontinental, rumo ao antigo campo de futebol de Nine, local escolhido para designar a Europa e realizar o acampamento.

Pela noite dentro, o palco instalado no recinto brindou todos os presentes – os quase 400 escuteiros de vários agrupamentos, os pais e outros paroquianos – com uma encenação inspirada no musical “Wojtila”, em homenagem a João Paulo II, e realizada pelos membros do grupo coral de escuteiros de Nine, seguida pelas peças de teatro, danças e jogos propostos pelos elementos convidados. 

Na manhã de domingo celebrou-se a Eucaristia. A chefe de agrupamento, Júlia Faria, num comovido discurso de agradecimento, mencionou os dias de árduo trabalho e dedicação que envolveram a preparação desta atividade, um marco de longevidade na história da freguesia, sem esquecer de citar os nomes responsáveis pela fundação do 1046, em outubro de 1994. 

Para sua surpresa, Júlia Faria foi condecorada com a Cruz de S. Jorge, Terceira Classe, uma distinção a nível nacional, em nome de toda a dedicação, resiliência e sensibilidade colocadas ao serviço do movimento escutista e da comunidade. 

No final da manhã, depois dos convencionais parabéns e de mais um momento de dança, circulou entre os presentes um pequeno texto a título de lembrança e de registo, não apenas deste fim de semana em concreto, mas de todas as experiências, afetos e rostos que contribuíram para o sucesso e a energia destes 20 anos de escutismo em Nine: «Hoje temos vinte anos, todos nós: os que por cá passaram e os que continuam, os que pensarão sair um dia, os que ainda hesitam e aqueles que não têm sombra de dúvida da dívida que verão sempre por saldar. E isso é bom e essencial como a mais pura e intacta evidência: sem essa dívida não haveria maneira de continuarmos juntos e a crescer. E de certa forma, como quem adivinha de longe um segredo, quando damos os parabéns ao nosso 1046 é como se disséssemos uns aos outros, comovidos e inspirados, obrigado».