Arquidiocese de Braga -
3 abril 2015
Fé e emoção marcam Procissão do "Ecce Homo"
A procissão do Senhor “Ecce Homo”, este ano presidida pelo bispo auxiliar de Braga D. Francisco Senra Coelho, teve como pontos de partida e de chegada a igreja da Misericórdia.
Foi perante uma extensa moldura humana que saiu ontem à noite, às ruas de Braga, a procissão do Senhor “Ecce Homo”, o segundo grande cortejo religioso integrado nas solenidades da Semana Santa. A presença de dezenas de milhar de pessoas, muitas delas oriundas de vá- rios pontos do país e até mesmo do estrangeiro (em especial de Espanha) demonstram a importância do momento religioso para o concelho.
«Isto é muito bonito», ouvia-se por entre a multidão, que ia admirando todos os pormenores, desde os trajes à postura solene dos figurantes. «Apesar de “barulhenta”, é uma procissão muito linda que traz muitos turistas, o que é bom para a cidade, que está mais animada», confidenciou Manuel Machado, que assiste sempre que pode.
O crescente número de turistas nesta altura do ano é cada vez mais evidente, sendo alvo de destaque por parte dos bracarenses. «É um evento muito bonito e devem melhorá-lo cada vez mais. Mesmo a procissão de amanhã [hoje], mais silenciosa, não deixa de ter a sua magia», explicou Vicente Brandão.
Opinião semelhante teve Manuel Santos, que todos os anos marca presen- ça. «Gosto de toda a envolvência e de ver Braga assim cheia de turistas», destacou.
A procissão do Senhor “Ecce Homo”, este ano presidida pelo bispo auxiliar de Braga D. Francisco Senra Coelho, teve como pontos de partida e de chegada a igreja da Misericórdia, tendo passado pelas principais artérias do centro histórico da cidade. Em todas elas, uma multidão cheia de fé e emoção as aguardava, quer nos passeios, quer nas varandas. O som estridente das matracas dos farricocos ia avisando da aproximação do cortejo.
Organizada pela Irmandade da Santa Casa da Misericórdia de Braga, a procissão do “Ecce Homo”, também designada “Senhor da Cana Verde”, evoca o julgamento e condenação à morte de Jesus.
Os farricocos, descalços e envergando túnicas negras e uma corda em torno da cintura, dão início ao cortejo. Consigo, estes homens, que representam os antigos penitentes, transportam as ruidosas matracas e, alguns deles, fogaréus com pinhas a arder em chama viva. Durante o percurso, vão evocando os guardas que prenderam Jesus.
A par de figuras mitológicas da ceia e do julgamento, o cortejo solene apresenta as bandeiras que recordam as 14 Obras de Misericórdia e figuras alusivas à história da instituição, transportadas pelos irmãos da Misericórdia.
O destaque vai para o andor do Senhor “Ecce Homo”, no qual se vê Jesus coroado de espinhos e com uma cana verde na mão a servir-lhe de ceptro, fazendo alusão ao momento em que o governador Pôncio Pilatos o tentou ridicularizar frente aos judeus dizendo “Eis aí o Homem”.
A banda musical de Cabreiros encerrou o cortejo.
Pode aceder ao vídeo da Procissão aqui.
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