Arquidiocese de Braga -

28 maio 2015

Encontro "Os Leigos nas Famílias Carismáticas" é pioneiro em Braga

Fotografia DACS

Em declarações ao Departamento Arquidiocesano da Comunicação Social, Guillermo Moreno FSC, Presidente da CIRP Braga, falou sobre os carismas, as vocações e o papel dos leigos na Igreja e sociedade.

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No ano dedicado à Vida Consagrada a pedido do Papa Francisco, a CIRP Braga decidiu promover um encontro intitulado “Os Leigos nas Famílias Carismáticas”. 

A iniciativa tem lugar no Auditório do Externato Paulo VI, no próximo Domingo, dia 31 de Maio.

Viver a vocação

De acordo com Guillermo Moreno, FSC, Presidente da CIRP Braga, é a primeira vez que se faz um encontro do género na cidade.

“Em Espanha já se faz há três anos, a ideia veio um pouco de lá... Partiu sobretudo da necessidade que sentimos aqui. Já existe um encontro de leigos há muitos anos, mas é mais pensado num nível institucional ou de associativismo. E é preciso ter em conta a realidade dos leigos que se encontram vinculados às famílias carismáticas, que é bastante diferente”, sublinhou.


O responsável afirmou ainda que "os carismas, que ajudam a viver a vida pessoal e profissional, além de conferirem uma missão à pessoa, não são das congregações. São muito mais amplos, são uma forma de concretizar os ensinamentos de Jesus.” O Presidente da CIRP Braga, aludindo às vocações e sentido de pertença às famílias carismáticas, distinguiu ainda o "ser" do "estar", sublinhando que ninguém se torna religioso ou consagrado por querer fazer coisas mas sim para viver em pleno a vocação e missão.

Guillermo afirma que foram várias as motivações que deram origem ao encontro que decorre com a presença do Bispo Auxiliar de Braga e Responsável pelos Leigos,
D. Francisco Senra Coelho.

Obras partilhadas

“Motivar algumas congregações a trabalhar mais o tema dos leigos nas famílias carismáticas é outro dos objectivos, até porque entendemos que o futuro passa por aqui. Não imagino o futuro sem leigos”, frisou. 

Neste sentido, o Presidente da CIRP Braga alertou ainda para a diminuição do número de religiosos em Portugal.

“Os religiosos diminuíram, mas as obras concretizadas não. Isso só é possível devido ao número crescente de leigos e ainda há uma grande parte da Igreja a desconhecer isto porque a maior parte destas pessoas não trabalha em centros diocesanos e sim em instituições ou associações, como os animadores de grupos de jovens ou voluntários, por exemplo.”

Outra razão apontada pelo responsável para a realização desta iniciativa foi o espírito de comunhão, já sublinhado por D. Francisco anteriormente.

“Quando diferentes congregações ou movimentos se juntam, há uma grande comunhão e muita partilha. Isto dá-se em segundos e, pela experiência que temos, o mesmo acontecerá com os leigos”.

Um leque de iniciativas

A iniciativa conta com um painel de testemunhos de representantes de várias famílias carismáticas: Inaciana, Espiritana, Coração de Maria, Lassalista e Hospitaleira.


“Todos nós, que vivemos um carisma, temos um tesouro nas mãos. E é importante partilhá-lo. Mas só é possível vivê-lo em plenitude quando o carisma é vivido nas suas três dimensões: a fraternidade, a espiritualidade e a missão”, afirmou Guillermo.

Nas declarações que prestou ao Departamento Arquidiocesano da Comunicação Social, o Presidente também apontou a tarde de Domingo como uma óptima oportunidade para trabalhar o papel dos religiosos no envolvimento dos leigos.

“A ideia é que eles tenham uma identidade. Para isso é preciso construí-la e trabalhá-la, o que só é possível através do sentido de pertença das pessoas... e isso não acontece de um dia para o outro, precisa de acompanhamento. Aqui entra o papel do religioso, que não pode ficar só com burocracias. Tem que ter em conta a dimensão espiritual e pastoral para poder fazer um bom acompanhamento”. Alguns dos leigos estão de tal forma enraizados nas comunidades que já se auto-intitulam como "franciscanos, hospitaleiros ou outros".

O responsável espera que depois deste primeiro encontro outros se possam realizar, tendo em vista a discussão de temáticas mais específicas como a forma de viver o carisma ou possíveis formações a realizar.

Neste ano, as actividades dinamizadas têm sido muitas. Depois do primeiro encontro que programa o ano lectivo, a CIRP Braga cumpriu o desejo do Papa Francisco sobre a saída da Igreja para as periferias e realizou um segundo nos Estabelecimentos Prisionais de Braga e Guimarães. A eucaristia e os momentos de partilha envolveram os reclusos de ambas as instituições.