Arquidiocese de Braga -

2 julho 2015

Música no Claustro anima sábados de Julho

Fotografia DACS

O evento irá decorrer nos dias 4, 11, 18 e 25 de Julho.

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Todos os Sábados de Julho serão de espectáculo no Auditório Vita, em Braga. O auditório está a organizar “Música no Claustro”, um evento realizado todos os anos que pretende trazer a Braga intérpretes consagrados na área da música antiga, com incursões pontuais na música de outras épocas.

Os espectáculos têm a direcção artística da professora Helena Viera, da Universidade do Minho. A responsável revelou que “o ciclo Música no Claustro na cidade de Braga nasceu como uma resposta a um pedido do Sr. Arcebispo, D. Jorge Ortiga, no sentido de fazer da música uma linguagem mais presente na comunicação em Braga”.

“Os espaços marcam muito aquilo que somos, as nossas metas, o que nos move, o ângulo com que observamos e interpretamos a vida, a forma como a sentimos. E os espaços têm a sua música própria, aquela que nasce no embrião de silêncio de cada lugar. Por isso, a música que se ouve nos estádios, nos cinemas, no carro ou nos centros comerciais tem a marca desses lugares e dos seus sentidos e movimentos”, apontou Helena Vieira.

No que se refere ao Auditório Vita, o conceito nasceu com “outra marca e outro sentido” que o próprio nome lhe dá.

De acordo com a professora, a ideia do Claustro surgiu não só por questões acústicas mas também intuitivas. “Era necessário criar um espaço sonoro de acolhimento onde fosse possível regressar, nem que por breves momentos, ao embrião de nós próprios. Ora, o claustro, no aparente encerramento de quatro paredes, projecta o nosso olhar interior e a nossa acuidade auditiva para um céu aberto de sentidos e interrogações, e permite contemplar com justo relativismo o carrossel da vida, em câmara lenta. Um pouco como nas igrejas. O céu, real ou metafórico, expande-nos, eleva-nos e descentra-nos”.

Helena Vieira explicou que dada a conjuntura actual, e com os “tempos duros e difíceis” que assolam a sociedade, a organização de um ciclo de concertos que pudesse colaborar nesse “religar espiritual” às origens de cada um acabou por se tornar um caminho natural, que todos os anos vê cada vez mais pessoas a percorrer.

Sobre a escolha dos artistas, a responsável afirmou que os intérpretes e os programas são sempre escolhidos pela sua capacidade de aliar a excelência musical à linha mestra da comunhão e do encontro, “num patamar comunicacional que está para além da técnica, da virtuosidade ou da organização artificial de uma linha temática reduzida à dimensão histórica ou estilística.

“A nossa linha temática é outra. Tem outra dimensão. E por isso a música antiga, evocando outros ritmos de vida, tem um papel importante, se bem que não exclusivo. Neste ciclo, temos, por isso, o Borealis Ensemble (11 de Julho), o Ensemble The Spirit of Musicke (18 de Julho) e o Ensemble Trompas Lusas (25 de Julho). Nestes concertos, todos os anos, queremos que o público venha porque quer participar desse encontro, porque quer sentir-se parte da comunicação, sentir-se tocado pela música do compositor, sentir que a música que ouve tem impacto real na vida que vive, e que não é apenas, embora possa sê-lo, um intervalo dos afazeres, um momento musical ou de descanso”, concluiu. Esta sexta edição do ciclo tem início no dia 04 de Julho com o Ensemble Sete Lágrimas. Devido às obras que estão a ser feitas nos claustros, os concertos serão realizados na capela.

Os bilhetes estão à venda na portaria do Seminário Nossa Senhora da Conceição e também podem ser adquiridos por reserva através do número 253202820.