Arquidiocese de Braga -

21 dezembro 2015

Cardeal-patriarca destaca "urgência" de interculturalidade

Fotografia Fernando Veludo I NFactos

DACS

D. Manuel Clemente falou no âmbito de uma vigília pela paz, promovida pela Cáritas.

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O cardeal-patriarca de Lisboa, D. Manuel Clemente, frisou, este Sábado, a “enorme urgência” da interculturalidade, convidando o país a ser um exemplo de inter-religiosidade, através de uma postura “absolutamente humanista”. O apelo ocorreu durante uma vigília pela paz, em Lisboa, que reuniu líderes de diferentes confissões religiosas.

Considerando a problemática dos refugiados e migrantes, D. Manuel Clemente sublinhou a “indiferença” que existe e assegurou que a multiculturalidade não é suficiente, alertando para o facto de se poderem formar “autênticos guetos socioculturais e religiosos”. Segundo o cardeal-patriarca, a solução passa pela procura de “espaços comuns de diálogo” e “conhecimento mútuo”.

Temos que nos tornar realmente inter-confessionais e interculturais no sentido de nos conhecermos e dentro das nossas próprias confissões percebermos os elementos positivos que os outros também têm e juntos conseguirmos o encontro mais à frente”, explicou.

Poucos dias após a chegada a Portugal do primeiro grupo de refugiados ao abrigo do programa da União Europeia, D. Manuel Clemente lembrou Lisboa do século XV, cidade “de várias religiões, várias presenças”, convidando todos a retomarem o passado “em termos novos”.

Na cerimónia estiveram presentes representantes da comunidade Islâmica, da comunidade Bahá'í, da comunidade Hindu, da União Budista, da Igreja Evangélica Metodista e da Igreja Ortodoxa Russa.

A iniciativa, promovida pela Cáritas Diocesana de Lisboa, contou ainda com a entrega do “Círio da Luz da Paz” ao cardeal patriarca e ao presidente da Câmara de Lisboa, por Ayad Mohamoud Alqais, refugiado iraquiano, que fugiu com a família do Iraque há sete anos.