Arquidiocese de Braga -

15 julho 2016

Atentados em Nice. Arcebispo apela ao diálogo

Fotografia Avelino Lima

DACS

D. Jorge Ortiga convida à promoção de uma "cultura pela diferença", onde impere a tolerância.

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D. Jorge Ortiga lamenta o atentado ocorrido ontem em Nice, que resultou em dezenas de mortos e feridos. Para o Arcebispo Primaz, os atentados terroristas são algo de “inexplicável, injustificável e incompreensível”, causador de um clima de “angústia, intranquilidade e insegurança”.

O apelo que deixa a todos é de confrontarem as próprias ideias “de um modo pacífico, através do diálogo”, rejeitando qualquer forma de “destruição das pessoas”.


Sobre a possibilidade de um atentado em Portugal, D. Jorge Ortiga destaca o facto de a “intranquilidade” ser “mais ou menos generalizada”. “A conclusão a que estamos a chegar nesta altura é que não podemos localizar estes atentados nas grandes capitais ou em acontecimentos importantes”, acrescenta.

O Arcebispo defende, contudo, que não devemos “cair num alarmismo”, mas antes manter a esperança e procurar viver de forma tranquila e serena, acreditando que “mais tarde ou mais cedo estes atentados fundamentalistas deixarão de existir”.

A mensagem para com os familiares e amigos das vítimas é de solidariedade “humana e religiosa”. “A dor deles é a nossa própria dor”, admite. 

É com a designação de “sociedade sem valores” que D. Jorge Ortiga caracteriza os dias de hoje, apontando para a necessidade de fazer convergir uma “cultura pela diferença”. O prelado convida à promoção de uma sociedade mais tolerante, “capaz de respeitar aquilo que é diferente”, sem procurar impor aos outros as próprias convicções.

“Importa que tenhamos convicções, que defendamos as nossas convicções, mas que sejamos capazes de conviver com convicções diferentes, sejam religiosas ou filosóficas, ideolódicas ou políticas”, sublinha.