Arquidiocese de Braga -

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«Senhor – suplicou a mulher - dá-me dessa água, para que eu não sinta mais sede…»

Dá-me um sinal!

Dá-me forças p’ra viver!

Dá-me coragem para me levantar!

Dá-me a capacidade de Te encontrar
no reflexo da água pura!

Dá-me…

Vagueias ao pé de uma fonte e sabes que existe para te servir,
para matar a sede do teu corpo cansado!
Tens conhecimento de que Deus faz de tudo, para que o teu dia seja pleno em alegria e novas descobertas…
És feliz, pois no Senhor tens confiança e Fé!
Já aprendeste na montanha que és o Seu Filho muito amado e,
agora, com toda a naturalidade, dizes imperativamente: “Dá-me!”

Tal como os filhos dizem aos pais, deste século XXI: “Pai, eu quero! Dá-me!”
Os mais educados dizem: “Pai, eu preciso! Dá-me!” E os pais… dão!

Na sociedade civilizada em que vives, o teu filho, não pode, de forma alguma,
ser inferiorizado, nem considerado a “ave rara” que não tem tablet, nem telemóvel,
nem vai à piscina, nem pratica Karaté, nem fala correctamente inglês com 10 anos…
Convém que gaste todo o seu tempo com a evolução do intelecto,
para que a cultura se propague e uma grande mente habite na tua casa!

Hoje, no terceiro domingo da Quaresma,
encontramos Maria, Nossa Mãe, ao pé da Cruz, com o coração trespassado e ultrapassado,
pelo orgulho desmedido com que ignoramos a partilha de sentimentos e, o seu doce conselho:
“Derrubou os poderosos dos seus tronos e exaltou os humildes!”
Não nos contentamos com a frescura da água, nem com a sua forma incolor, inodora e insípida…
queremos mais e mais… mais alto e maior!
e… os olhos pedem mais do que a barriga aguenta!

Jesus, ao pé do poço, com aquela Samaritana, tenta inquietar-nos:
“Se conhecesses o dom de Deus…”
Não viveríamos ansiosos e sem tempo!
Olharíamos para a humildade da água, que nos mata a sede do corpo,
com o respeito que os filhos do século XX olhavam para os pais…

Maria, nossa Mãe, hoje, queríamos louvar-Te pela água viva que jorra do peito do Teu filho,
mas, temos de suplicar-Te: Dá-nos, por favor, oh! Serva do Senhor, a cada um de nós,
a simplicidade de matar o orgulho desmedido que sacia as nossas vidas…