Arquidiocese de Braga -

XXVII Domingo Do Tempo Comum

A CASA

O pior que pode acontecer a qualquer ser humano
é aperceber-se que não tem casa…
Não tem para onde ir, nem onde repousar a cabeça!
Não é à toa que se diz: “Um bom filho à casa torna!”
A certeza de que na nossa casa seremos terna e eternamente bem acolhidos;
desperta em cada um de nós uma Esperança infinita, que nos aquece até as unhas dos pés e das mãos…

O Cristão na sua essência sabe que a sua morada não é aqui…
sabe que estamos desterrados e que Deus coloca à nossa disposição
uma das Suas maravilhosas Casas, para que A possamos cuidar, respeitar, amar…
Há apenas um pormenor que nos escapa (o qual faz de cada um de nós, humanos que erram, que pecam!!!)
É que a Casa… aquela que está à nossa disposição para Amar… não é nossa!
É do Pai e só será a nossa herança, quando Deus quiser!

Hoje, no 27º domingo do Tempo Comum, do Ano A,
Jesus, com mais uma das Suas Parábolas sobre a Vinha, fala-nos, abertamente, sobre o arrendamento…
Quantos de nós querem arrendar uma casa? O estado Português até tem um programa novo: o NRAU!
que comparticipa uma percentagem do valor total da renda para ajudar aqueles que não têm casa!
No entanto, há sempre regras, há documentos a preencher, há impressos on-line, há simulações a fazer,
há prazos a cumprir, há sempre pré-requisitos que têm de ser devidamente avaliados… ufa! Que trabalheira…
Para Jesus… é bem mais fácil!
Basta pagar a renda e nunca esquecer que a Vinha, a CASA, tem de ser bem tratada… tem de ser Amada!

Quando os inquilinos se esquecem de pagar…
se esquecem de ser bons, de rezar, de colocar em prática a Palavra de Deus e de ser PAZ no Mundo (na Casa),
o Proprietário envia os cobradores… envia os Sacerdotes, os Catequistas, os MEC’s, os Leigos…
para alertarem que a Casa está a ficar uma bagunça!
Então, os inquilinos são livres de aceitarem o alerta e cumprirem com a sua parte do contrato de aluguer ou…
aniquilarem, totalmente, todos os que falam sobre o contrato… sobre a vontade do PAI!
Deus não desiste! Deus quer a todo o custo o pagamento da renda! Então…
“Por fim, mandou-lhes o seu próprio filho”.

Temos à nossa disposição…
Dentro da nossa Casa Maior e Comum… todos os dias da nossa vida… o Filho do Senhor da Vinha!

O que fazemos?

Matamo-Lo com a nossa falta de renda!
O nosso olhar desacreditado e sem doçura perante a Sagrada Eucaristia…
perante a humildade do pedacinho de Pão!
A nossa surdez perante a força da Palavra que sai da boca de inquilinos como nós…
(que julgamos e que queremos longe, porque também pecam e erram!
“Não são melhores do que eu!” pensamos… mas, pelo menos, tentam ter a renda em dia…)
A nossa falta de bondade em dar um abraço, que transpira com a Paz,
a todos os que não conseguem acolher o Senhor e mantêm-se longe… num desamor sem fim!

Hoje, encontramos Maria, Nossa Mãe, novamente junto à Cruz à espera da Sua Renda (“Rezai todos os dias!”)…
Numa cruz que se ergue na Vinha e aguarda, misericordiosamente, ser podada e amada por ti.
SIM! Por ti que ainda não quiseste arrendar a Casa do PAI e não tens onde repousar a cabeça, nem o coração!