Arquidiocese de Braga -

13 maio 2019

Esmoler da Santa Sé devolve electricidade a 450 pessoas

Fotografia CNS/L'Osservatore Romano

DACS com The Guardian/AP/AFP

O cardeal quebrou um selo da polícia para ligar a electricidade num edifício onde cerca de 450 pessoas estavam a viver sem luz e água quente desde 6 de Maio.

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O esmoler pontifício, cardeal Konrad Krajewski, reactivou a energia elétrica num prédio ocupado por pessoas pobres em Roma para ajudar famílias e crianças que lutam para sobreviver.

O cardeal quebrou um selo da polícia para ligar a electricidade na noite de Sábado num edifício em desuso do Estado italiano onde cerca de 450 pessoas, incluindo uma centena de crianças, estavam a viver sem luz e água quente desde 6 de Maio, de acordo com a imprensa italiana.

"A coisa absurda é que estamos no centro de Roma. Quase quinhentas pessoas abandonadas. São famílias que não têm para onde ir, pessoas que lutam para sobreviver. O primeiro problema não é o dinheiro", disse o cardeal polaco ao jornal italiano Corriere della Sera.

O esmoler pontifício explicou que no Vaticano já tinham conhecimento das dificuldades destas pessoas e mandavam “ambulâncias, médicos e comida”.

“Estamos a falar de vidas humanas. Se chegar alguma multa, pagarei”, acrescentou, consciente das possíveis consequências. O ministro italiano do interior, Matteo Salvini, afirmou esperar que o esmoler pague as contas de electricidade em dívida, um valor estimado em 300 mil euros.

A irmã Adriana Domenici, que trabalha com os sem-abrigo, disse à televisão italiana Rai News 24 que, depois do fornecimento de electricidade ser cortado ao edifício a 6 de Maio, ligou ao cardeal Krajewski a pedir ajuda.

De acordo com Domenici, quando os funcionários da empresa de electricidade voltaram para desligar de novo a energia, encontraram uma nota do cardeal e deixaram o fornecimento ligado.

O Papa Francisco transformou o cargo de esmoler pontíficio numa missão prática e porta-a-porta de caridade. O portal Vatican News lembrou que este gesto solidário do cardeal Konrad Krajewski se realizou depois de ter estado na ilha grega de Lesbos, onde levou a “solicitude e a proximidade” do Papa Francisco aos migrantes e refugiados.