Arquidiocese de Braga -

3 junho 2019

Papa deseja que projecto europeu recupere "sonho" dos seus fundadores

Fotografia

DACS com Vatican News/Agência Ecclesia

O Papa recordou algumas das suas intervenções sobre o projecto comunitário e sustentou que a Europa tem de ser “grande” face aos desafios futuros, para que este não seja o “fim da aventura que começou há 70 anos”.

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O Papa afirmou ontem que o projecto europeu tem de recuperar o “sonho” dos seus fundadores para combater sinais de crise e de divisão no seu seio.

“É preciso retomar a mística dos pais fundadores, reencontrar-se e superar as divisões das fronteiras. Estamos a ver fronteiras na Europa e isso não é bom. É verdade que cada país tem a sua própria identidade e deve preservá-la, mas, por favor, que a Europa não se deixe vencer pelo pessimismo e pelas ideologias”, referiu, em conversa com os jornalistas após a viagem de três dias à Roménia.

Na União Europeia desde 2007, a Roménia tem neste semestre, pela primeira vez, a presidência rotativa do Conselho Europeu.

“Todos somos responsáveis pela União Europeia e a rotatividade da Presidência da UE não é um gesto de cortesia, mas sim um símbolo da responsabilidade de cada um dos países”, sublinhou Francisco.

O Papa recordou algumas das suas intervenções sobre o projecto comunitário e sustentou que a Europa tem de ser “grande” face aos desafios futuros, para que este não seja o “fim da aventura que começou há 70 anos”. “Vamos aprender com a história, não voltemos atrás”, pediu.

No final da conferência de imprensa, Francisco voltou ao tema: “Espero sinceramente que a Europa volte a ser o sonho dos pais fundadores”.

A respeito da recente campanha para as Europeias, o Papa foi interrogado sobre o uso de símbolos católicos por parte de políticos na Itália, mas evitou comentar casos específicos.

“Devemos ajudar os políticos a ser honestos e a não fazer campanha com bandeiras desonestas, calúnias, difamações, escândalos, e tantas vezes semeiam ódio e medo. Isto é terrível. O político não deve semear ódio e medo, somente esperança, correta, exigente, mas somente esperança”, declarou.

No início do diálogo com os jornalistas, o pontífice recordou o Dia Mundial das Comunicações Sociais que a Igreja Católica celebrou neste domingo.

“O nosso pensamento vai para todos vocês que trabalham na comunicação, são operadores e são, ou deveriam ser, testemunhas da comunicação. Hoje a comunicação recua, em geral. Vai mais longe no ‘contacto’, fazer ‘contactos’ e não consegue comunicar”, apontou, pedindo a todos “menos contactos e mais comunicação”.

Questionado sobre as consequência da forte emigração que afecta a Roménia, Francisco lamentou a “falta de solidariedade” a nível mundial, pedindo mudanças na “ordem financeira”.