Arquidiocese de Braga -
30 julho 2019
Igreja associa-se ao Dia Mundial contra o Tráfico Humano
DACS com Agência Ecclesia
Cerca de 72% das vítimas detectadas são do sexo feminino e a percentagem de vítimas infantis mais do que duplicou entre 2004 e 2016.
A Igreja Católica, através de várias associações religiosas e de solidariedade, associou-se hoje ao Dia Mundial contra o Tráfico Humano, promovido pela ONU.
O tema tem estado no centro das preocupações do Papa Francisco, que o considera um “crime contra a humanidade” e uma “violação injustificável da liberdade e dignidade das vítimas”.
Rezemos para que o Senhor liberte as vítimas do tráfico e nos ajude a responder ativamente ao grito de ajuda de tantos irmãos e irmãs privados de sua dignidade e liberdade. #EndHumanTrafficking
— Papa Francisco (@Pontifex_pt) July 30, 2019
O secretário-geral da ONU, António Guterres, refere que este é “um crime hediondo que afeta todas as regiões do mundo”
Cerca de 72% das vítimas detectadas são do sexo feminino e a percentagem de vítimas infantis mais do que duplicou entre 2004 e 2016 de acordo com o UNODC, o organismo das Nações Unidas para as Drogas e Crime.
“A maioria das vítimas detectadas são traficadas para exploração sexual; as vítimas também são traficadas para trabalhos forçados, recrutamento como crianças-soldados e outras formas de exploração e abuso”, assinala Guterres.
O presidente da confederação internacional da Cáritas, o cardeal Luis Antonio Tagle, recorreu às redes sociais para deixar uma mensagem em defesa das vítimas e contra qualquer exploração de pessoas vulneráveis.
“Renovamos o nosso compromisso de combater este crime e ajudar os sobreviventes na sua recuperação. Eles precisam da nossa solidariedade e de soluções eficazes”, assinala a mensagem.
Já o secretário-geral da Cáritas, Aloysius John, convida a questionar as causas desta “injustiça” e os motivos que levam tantas pessoas a “deixar a sua terra natal, as suas casas e famílias para seguir um caminho desconhecido”.
“É aqui que eles são vítimas dos traficantes humanos sem escrúpulos”, adverte.
Segundo a Cáritas, é necessário introduzir medidas preventivas, ajudar as vítimas e garantir vias legais e seguras para a migração. Em causa estão situações de exploração sexual comercial e de exploração económica forçada no trabalho doméstico e na agricultura.
A Cáritas quer incentivar empresas e indivíduos a investigar as cadeias de fornecimento dos produtos que compram, para evitar qualquer forma de “trabalho forçado”.
Em Janeiro, o Dicastério para o Desenvolvimento Humano Integral divulgou as suas Directrizes Pastorais sobre o Tráfico Humano, nas quais alerta para os perigos crescentes do “contrabando de migrantes” e pede uma ação concertada, a nível internacional, na defesa das vítimas.
“O contrabando de migrantes conduz com frequência ao crime do tráfico de seres humanos. Muitos adultos, ao procurarem escapar à guerra ou aos desastres naturais, acabam por se tornar vítimas do tráfico ou por ser forçados à escravidão”, adverte a secção ‘Migrantes e Refugiados’ do dicastério criado pelo Papa Francisco.
O guia para as comunidades católicas e instituições religiosas adverte para a linha “cada vez mais ténue” que separa o contrabando de migrantes e o tráfico humano.
Partilhar