Arquidiocese de Braga -

O prior da paróquia de Santa Maria Maior, em Barcelos, afirmou que encontrou "uma Igreja jovem e dinâmica". O monsenhor Abílio Cardoso esteve dois meses em experiência missionária na diocese de Pemba, em Moçambique, e contou a experiência esta Quarta ao clero barcelense no seu encontro mensal.

Afirmando que a igreja local é "ministerial, da Palavra, da catequese, da comunidade", explicou depois que a paróquia é formada por "96 comunidades organizadas, mas muito precárias" e onde tudo é "muito rústico e pobre, com capelas despidas e sem sacrário". "É uma sociedade patriarcal, em que a mulher é ainda para carregar os filhos, apesar de se insistir em que devem ter palavra," disse.

Quanto ao culto, o sacerdote considerou-o "festivo: canta-se e dança-se, com tempo; acto penitencial de joelhos, bem como o cânon; acolhimento, sobretudo no fim, aos que vêm de fora, se apresentam ou voltam para, depois de abandonarem".

O Mons. Abílio Cardoso explicou também que encontrou, em Santa Cecília de Ocua, "o peso da tradição das antigas missões que davam tudo", assim como "uma diocese dinâmica, aberta e missionária: hospitalidade do seu bispo e do paço, fraternidade entre todos os missionários e bom ambiente no presbitério".

No lado oposto, o sacerdote encontrou "um país adiado: sem cultura, com escola ‘obrigatória’ mas sem luz, água, comunicações, estradas como ‘picadas’, corrupção, violência ocultada, onde tentam calar a Igreja e tornear a sua independência, facilitando as seitas, tentando concentrar as ajudas humanitárias, que acabam por não chegar às pessoas. Daí, as doações só para projectos nascidos e acompanhados no terreno".