Arquidiocese de Braga -

14 setembro 2020

Francisco pede que políticos ouçam população e respeitem “liberdades civis”

Fotografia Lusa/EPA

DACS com Agência Ecclesia

Papa referiu-se a onda de protestos em vários países e evocou incêndios que atingiram campo de refugiados em Moria.

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O Papa Francisco afirmou este domingo, no Vaticano, que considera “particularmente críticas” as situações políticas e sociais que causam as manifestações de crescente “mal-estar” da sociedade civil em vários países.

Francisco convidou as pessoas a manifestar-se de “forma pacífica, sem ceder às tentações da agressividade e da violência”.

A intervenção, após a recitação do ângelus, acontece num momento em que se verificam manifestações públicas de protesto em locais como a Bielorrússia, Colômbia, a ilha grega de Lesbos ou Paris, com o regresso dos “coletes amarelos”.

O Vaticano enviou a Minsk, na última sexta-feira, o “número 2” da sua diplomacia, D. Paul Richard Gallagher, para se encontrar com autoridades civis e responsáveis católicos.

A visita acontece um mês após o início de manifestações na Bielorrússia contra a reeleição do presidente Alexandre Lukashenko para um sexto mandato, num escrutínio considerado fraudulento.

Sem se referir directamente a qualquer situação específica, o Papa pediu “a todos os que têm responsabilidade públicas e de governo que ouçam a voz dos seus concidadãos e que vão ao encontro das suas justas aspirações, assegurando o pleno respeito dos Direitos Humanos e das liberdades civis”.

Francisco convidou ainda as comunidades católicas a trabalhar “em favor do diálogo, sempre em favor do diálogo, e em favor da reconciliação”.

A intervenção, perante milhares de peregrinos reunidos na Praça de São Pedro, evocou ainda os incêndios que deflagraram no maior campo de refugiados na Grécia, em Moria, na ilha de Lesbos, deixando “milhares de pessoas sem um refúgio, ainda que precário”.

“Manifesto solidariedade e proximidade a todas as vítimas destes dramáticos acontecimentos”, disse.

Francisco lembrou a sua visita a esta ilha, em Abril de 2016, e o apelo conjunto que lançou com o patriarca ecuménico de Constantinopla, Bartolomeu, e o arcebispo ortodoxo de Atenas, Jerónimo II, para “assegurar um acolhimento humano e digno” aos migrantes, refugiados e requerentes de asilo na Europa”.