Arquidiocese de Braga -

4 julho 2021

XIV DOMINGO DO TEMPO COMUM, ANO B

Fotografia

Francisco Marcelino Monteiro Esteves

XIV Comum_ano B_Boletim de Mire de Tibães nº 404_2021-07-04 e Liturgia Familiar

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DÉCIMO QUARTO DOMINGO, ANO B

A dificuldade em ser profeta ou, noutros termos, os contratempos no testemunho quotidiano da fé constitui a unidade temática deste domingo. «Piedade, Senhor, tende piedade de nós, porque estamos saturados de desprezo». Situação que, porventura, se repete no seio das nossas famílias e das comunidades paroquiais…

O profeta Ezequiel também foi confrontado com um ambiente hostil: «Podem escutar-te ou não – porque são uma casa de rebeldes –, mas saberão que há um profeta no meio deles». Paulo, ao esbarrar com a oposição de alguns dos seus ouvintes, reconhece a força que lhe vem de Deus: «Ele disse-me: ‘Basta-te a minha graça’». E o próprio Jesus Cristo, rejeitado pelos seus conterrâneos, «estava admirado com a falta de fé daquela gente».

A fé cristã não se encerra num catálogo de dogmas, um conjunto de conhecimentos adquiridos e confirmados apenas pela inteligência. A fé também não é um sentimento delicodoce que anula qualquer forma de privação ou provação, hostilidade e sofrimento.

Quando nos julgamos detentores de todas as respostas ou quando mergulhamos na armadilha da positividade tóxica, estamos muito perto ou já em atitude de ‘falta de fé’.

A pretensão de tudo querer controlar impede de acolher a surpresa e o dom. Essa é a característica própria da ‘falta de fé’. O crente, ao contrário, permanece aberto à novidade, mesmo quando lhe chega de maneira mais ou menos enigmática. A fé cristã vive-se no paradoxo da fraqueza que se torna força, da vitória mediante a derrota.

 


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