Arquidiocese de Braga -

22 julho 2021

Talitha Kum: Quebrar o ciclo do tráfico com “Cuidado”

Fotografia

DACS

Talitha Kum, a rede global de combate ao tráfico da Vida Consagrada contra o Tráfico de Pessoas, lançou uma nova campanha com foco num modelo centrado no cuidar para quebrar o ciclo do tráfico de pessoas.

\n

Estima-se que entre 20 a 40 milhões de pessoas estejam hoje presas à escravidão moderna. Como os membros da Talitha Kum não se cansam de nos dizer, vivemos lado a lado com muitas vítimas que são exploradas para trabalho, prostituição e para o lucrativo comércio de órgãos.

O Papa Francisco tem denunciado repetidamente o tráfico de pessoas como um flagelo e um crime contra a humanidade.

É um ciclo difícil de erradicar porque gera lucros globais superiores a 150 biliões de dólares americanos por ano aos traficantes e passa despercebido. Assim, afirma a rede de pessoas consagradas que trabalham para sensibilizar, salvar vítimas e curar os sobreviventes, é necessário um “cuidado” extra para quebrar o ciclo.

 

O cuidado pode fazer a diferença

Ao lançar a nova campanha #CareAgainstTrafficking na quinta-feira, a organização explicou que a iniciativa tem como objectivo mostrar ao mundo como o “cuidado” pode fazer a diferença “em cada etapa da jornada para combater o tráfico de pessoas: cuidar de quem está em risco, cuidar das vítimas e cuidar dos sobreviventes”.

Fundada em 2009 pela União Internacional das Superioras Gerais (UISG), a Talitha Kum International coordena 50 redes em mais de 90 países.

“Em 2020, as redes Talitha Kum em todo o mundo cuidaram de 17.000 sobreviventes do tráfico humano, oferecendo uma casa segura, educação e oportunidades de trabalho, apoio para acesso à justiça e compensação e assistência médica e psicossocial. No mesmo período, quase 170.000 pessoas foram beneficiadas pelas actividades de prevenção e consciencialização organizadas pela Talitha Kum”, revelaram em comunicado de imprensa.

As irmãs católicas que são a espinha dorsal da organização disseram que a experiência mostra que as “abordagens de longo prazo centradas no cuidado podem reduzir o risco de os sobreviventes serem novamente traficados e explorados uma e outra vez”.

Para serem mais eficazes, dizem, “essas abordagens requerem um apoio holístico a nível institucional”.

A Coordenadora Internacional da Talitha Kum, a Irmã Gabriella Bottani, explicou que as Irmãs envolvidas estão profundamente comprometidas e fortalecidas pela sua espiritualidade e fé, mas acrescentou: “Convocamos todas as pessoas de boa vontade a unirem-se e combaterem as causas sistémicas do tráfico humano, para transformar a economia do tráfico numa economia do cuidado.”

 

O papel dos governos

“Apelamos aos governos que se comprometam com o apoio de longo prazo aos sobreviventes, incluindo o acesso a educação de qualidade, acesso a autorizações de trabalho e oportunidades de emprego, acesso à justiça e compensação e assistência médica e apoio psicossocial”, pediu a Irmã.

A rede da Vida Consagrada apoiou dezenas de milhares de pessoas, ajudando-as a escapar da escravidão moderna e a encontrar uma maneira de reconstruir vidas de liberdade e dignidade.

“A Talitha Kum está comprometida não só em fortalecer comunidades vulneráveis ​​e marginalizadas em todo o mundo, mas também em desmantelar os sistemas que permitem a sua opressão e exploração”, afirmou a Irmã Patricia Murray, Secretária Executiva da UISG.

 

Artigo de Vatican News, publicado a 22 de Julho de 2021.