Arquidiocese de Braga -

VIGÉSIMO SÉTIMO DOMINGO, ANO B

O domingo da família! A palavra de Deus recorda o fundamento familiar associado ao projeto divino: a criação do ser humano, homem e mulher, para que se unam e «sejam uma só carne». Canta a fecundidade conjugal e invoca a bênção divina: «O Senhor nos abençoe em toda a nossa vida». Jesus Cristo alerta para a «dureza do vosso coração». Em seguida, confirma a magnanimidade do amor que une o marido e a esposa, amor eterno, ao mesmo tempo que abençoa o fruto desse amor, as crianças, e exalta essa condição para «acolher o reino de Deus». Porque nos amou gratuitamente, «o Autor da salvação» não impõe algo impossível de viver, mas convida os seus ‘irmãos’ a segui-lo pelo caminho da fidelidade e da humildade.

As famílias, nas suas configurações plurais, vivem hoje mergulhadas em tantas situações de fragilidade, de sofrimento, tantas feridas, tantas cicatrizes, por causa da dureza dos nossos corações! A credibilidade do amor joga-se na capacidade de todos nos fazermos próximos. Não temos soluções imediatas. Podemos, isso sim, caminhar juntos, lado a lado, como irmãos, de modo a atenuar ou a superar as dificuldades do caminho. Abraçar e abençoar podem ser verbos decisivos para cuidar as feridas das relações familiares. Precisamos de aprender com o Mestre a ‘perder tempo’: Jesus Cristo perdia tempo para acolher e acompanhar, «para fazer amadurecer as consciências, para curar as feridas» (Papa Francisco). Onde há amor nascem gestos: acompanhar!