Arquidiocese de Braga -

26 janeiro 2022

Oikos prevê aumento da fome em Moçambique

Fotografia EPA

DACS

Segundo a Cáritas de Moçambique, 24 mil pessoas foram afectadas pela tempestade tropical Ana, mais de 1.200 casas foram totalmente destruídas, 4.211 foram parcialmente destruídas e há três óbitos a registar.

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A organização não-governamental para o desenvolvimento Oikos prevê um agravamento da fome em Moçambique nos próximos meses” após a passagem da tempestade tropical Ana, que terá afectado cerca de 60 mil pessoas, alagou campos e destruiu culturas.

Dinis Chembene, gestor de programa da Oikos em Moçambique na área de desastres e alterações climáticas, explicou que “ainda não é possível apurar todos os impactos” mas que existem várias comunidades que ficaram sem acesso e isoladas” e que as equipas da Oikos já reportaram muitas zonas de produção agrícola totalmente inundadas”, acrescentando que “as famílias vão perder uma grande parte das suas culturas, que são a fonte da sua alimentação e rendimento”.

De acordo com a Oikos, as plantações estavam, nesta altura do ano, a meio do seu ciclo” e, sem as colheitas, uma vez que estão inundados 2.252 hectares”, a população irá enfrentar “um agravamento da fome não só agora como durante a época seca, a partir de Abril”.

“Moçambique precisa, mais do que ajudas pontuais, de respostas a longo prazo. É um país extremamente vulnerável às ameaças climáticas, que tendem a piorar, e por isso é fundamental o trabalho continuado com as comunidades para que elas próprias estejam preparadas para uma melhor resposta e recuperação dos impactos sofridos”, reconhece Dinis Chembene.

A tempestade tropical Ana atravessou esta segunda-feira algumas regiões de Moçambique, afectado a parte norte da região centro e a região norte do país, em especial a província de Nampula, tendo-se, depois, dirigido para oeste, afectando significativamente as províncias da Zambézia e Tete.

De acordo com a Fundação Ajuda à Igreja que Sofre, os distritos de Angoche, Moma, Larde, Mogovolas, Monapo e de Nampula foram os mais afectados com a destruição de centenas de casas, escolas, centros de saúde e a queda de estruturas da rede eléctrica.

A Oikos afirma que as escolas construídas recentemente para 7 mil crianças com materiais resilientes a desastres naturais não sofreram impactos, o que permite a continuidade do trabalho.

Segundo a Cáritas de Moçambique, 24 mil pessoas foram afectadas, mais de 1.200 casas foram totalmente destruídas, 4.211 foram parcialmente destruídas e há três óbitos a registar.