Arquidiocese de Braga -

3 fevereiro 2022

Oikos alerta para aproximação a Moçambique do ciclone Batsirai

Fotografia Oikos

DACS

Organização aponta para danos causados por tempestades anteriores, dos quais houve pouco tempo para recuperar, e para os ataques em Cabo Delgado, que limitam essa recuperação.

\n

A Oikos alertou esta quinta-feira para a aproximação a Moçambique do ciclone Batsirai, apontando para as possíveis consequências dos ventos de 230km/h e para o agravamento da “insegurança alimentar”. Segundo as actuais previsões meteorológicas, o ciclone Batsirai pode entrar no canal de Moçambique, atingindo a zona sul do país.

A Oikos lembra que, “enquanto uma nova ameaça paira sobre o país, os impactos da tempestade tropical Ana e as chuvas fortes continuam a alagar as províncias de Nampula, Zambézia, Tete, Niassa, Manica e Sofala, com custos reconstrução que a organização não-governamental para o desenvolvimento estima em cerca de 1.7 mil milhões de euros.

De acordo com o Instituto Nacional de Meteorologia de Moçambique, o ciclone Batsirai, actualmente em Madagáscar, atinge a categoria 4, com ventos de 230km/h. A Oikos recorda que o ciclone Idai, que atingiu a região da Beira em 2019, foi de categoria 3, com ventos de 205km/h, matou mais de 900 pessoas e atingiu cerca de 2,5 milhões.

Dinis Chembene, gestor de programa na área de desastres e alterações climáticas da Oikos em Moçambique, explicou que grande parte da população afectada está ainda em processo de recuperação dos desastres naturais anteriores como o ciclone Idai, o Chalane e o Eloise”, que houve apenas duas ou três épocas agrícolas, o que é muito pouco para as comunidades recuperarem”.

O responsável diz também que a produção não atingiu os níveis esperados, gerando “situações de insegurança alimentar” para a maioria das famílias pobres que persistem nas zonas afectadas por desastres naturais dos últimos anos e que ficarão dependentes de ajuda externa alimentar”.

A organização recorda ainda que a população moçambicana, para além dos desastres naturais a que tem de responder, lida ainda com “ataques esporádicos de pequenos grupos dispersos de insurgentes” em Cabo Delgado, “reacendendo a tensão e o medo entre a população local e limitando a sua participação activa nas atividades agrícolas em curso”.