Arquidiocese de Braga -

9 fevereiro 2022

CEP: Nota para "Celebrar e viver melhor a Eucaristia"

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DACS

Nova edição portuguesa do Missal Romano deve ser considerada "a típica", oficial para uso litúrgico, e poderá ser usada após publicação, a 14 de Abril de 2022.

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O Conselho Permanente da Conferência Episcopal Portuguesa (CEP) emitiu uma Nota Pastoral intitulada "Celebrar e viver melhor a Eucaristia".

A Nota começa por relembrar que a terceira edição portuguesa do Missal Romano, aprovada pela CEP no dia 14 de Novembro de 2019, foi validada pelo Papa Francisco no dia 8 de Janeiro de 2021, em especial no que diz respeito aos diálogos do Ordinário da Missa e às fórmulas sacramentais.

"Recebeu o Decreto da Confirmatio e Recognitio da Congregação para o Culto Divino e a Disciplina dos Sacramentos de 13 de Outubro de 2021. A presente edição foi preparada segundo as indicações da Carta apostólica em forma de Motu Proprio Magnum principium, as orientações dos competentes organismos da Sé Apostólica e a partir da experiência pastoral consolidada nas nossas Igrejas locais", é possível ler-se.

A CEP explica que esta edição deve ser considerada "a típica", oficial para uso litúrgico, e que poderá ser usada após publicação, entrando em vigor no dia 14 de Abril de 2022, Quinta-Feira da Semana Santa. A Conferência lembra ainda que os novos textos do Missal Romano surgem num "tempo de aprofundamento de reforma litúrgica" que surgiu a partir do Concílio Vaticano II.

"A renovação conciliar da Liturgia realizou-se na publicação dos livros litúrgicos. Tal actualização demandou um aprofundamento das riquezas das fontes litúrgicas em plena fidelidade à Sagrada Escritura e à Tradição. Por isso, à pastoral e à espiritualidade litúrgicas exige-se não só esta dupla fidelidade, mas um renovado empenhamento pela palavra de Deus na participação litúrgica dos fiéis", explicam.

A nova edição típica, de São João Paulo II, oferece novos formulários no Próprio do Tempo (vigílias da Epifania e da Ascensão), no Santoral (celebrações entretanto introduzidas no Calendário) e nas Missas para diversas necessidades e votivas.

No tempo da Quaresma, cada dia passa a dispor de uma específica Oração sobre o Povo. Os formulários do Tempo Pascal passam a contar com novas orações tomadas dos antigos Sacramentários, existindo também um novo prefácio dos santos mártires.

No Ordinário da Missa há agora maior variedade nas saudações, no acto penitencial, no convite à oração sobre as oblatas, na introdução ao Pai Nosso e nas fórmulas de despedida da assembleia no final da celebração.

Foi também melhorado o acesso a formulários e preces, como o rito para a bênção e aspersão – agora nos ritos iniciais– e as várias Orações eucarísticas que passam a figurar no final do Ordinário da Missa, bem no centro do Missal.

"O conhecimento de todas essas possibilidades, por parte dos que têm a missão de presidir à mais santa das assembleias do povo de Deus, deve quebrar rotinas. A novidade deve introduzir variedade e sentido de adaptação, em ordem a uma prece mais viva", afirma a CEP.

O Conselho Permanente refere que, mais do que uma tensão entre “tradição” e “progresso”, a reforma litúrgica pretende ser "uma renovação na linha de uma Tradição sempre viva, que consinta um desenvolvimento orgânico", sendo os livros litúrgicos neste percurso "o primeiro e o essencial instrumento para a digna celebração dos mistérios, além de serem o fundamento mais sólido para uma eficaz catequese litúrgica". 

"A nova edição do Missal Romano para Portugal integra o nobre serviço das artes numa superior arte de celebração, que é urgente cultivar e incentivar. Disso são exemplo, as novas gravuras de um artista do nosso tempo que pretendem abrir a oração da Igreja à beleza da contemplação. Também por isso se inclui a música nos lugares próprios, onde o canto a reclama, para que na celebração – que deve ser modelar no dia do Senhor e nas festas da comunidade cristã – o canto seja mais a regra do que a excepção", refere a Nota Pastoral.

Os Bispos alertam para o facto de o Missal não ser apenas um livro, mas uma "colecção" de livros que inclui, além do Antifonário, o Sacramentário, o Ordinário da Missa e os Lecionários, que na edição em língua portuguesa totalizam oito livros.

"É urgente uma pastoral litúrgica alicerçada numa mistagogia que acompanhe a comunidade cristã até ao centro do mistério pascal de Cristo, para que a celebração da Eucaristia, de modo especial ao Domingo, seja nobre na sua simplicidade, séria e bela. A celebração dos mistérios é, em si mesma, iniciação aos mistérios, isto é, a Liturgia inicia no mistério, celebrando o próprio mistério, e, ao celebrá-lo, revela o próprio mistério e dá-o a conhecer", pede a CEP.

A Nota Pastoral propõe ainda aos secretariados diocesanos de Liturgia e Espiritualidade que colaborem com os outros lugares educativos da fé da Igreja, como famílias, paróquias, santuários, institutos de vida consagrada, associações, movimentos e grupos eclesiais "para que a vida segundo o Espírito possa constantemente dessedentar-se na fonte da Eucaristia".

"A oração e o compromisso quotidiano da Igreja peregrina sejam vividos à luz do encontro vital com a Palavra de Deus e com a Fração do Pão na celebração eucarística. A nova edição do Missal Romano seja um excelente estímulo para todo o povo de Deus celebrar e viver melhor a Eucaristia", conclui a CEP.

A Nota Pastoral e várias das alterações da nova edição do Missal Romano podem ser consultadas aqui.