Arquidiocese de Braga -
16 setembro 2022
Líderes religiosos no congresso do Cazaquistão pedem um mundo livre de conflitos
DACS com La Croix International
Delegados do 7º Congresso de Líderes das Religiões Mundiais e Tradicionais no Cazaquistão apelam aos líderes religiosos e figuras políticas para dialogarem em nome da amizade, solidariedade e coexistência pacífica.
“Pedimos aos líderes mundiais que abandonem toda a retórica agressiva e destrutiva que leva à desestabilização do mundo e cessem o conflito e o derramamento de sangue em todos os cantos do nosso mundo”, disseram na declaração emitida no final da reunião de 14 e 15 de Setembro em Nur-Sultan.
Mais de 100 delegações de cerca de 60 países reuniram-se no congresso de dois dias que também contou com a presença do Papa Francisco.
“O Papel dos Líderes das Crenças Mundiais e Tradicionais no Desenvolvimento Sócio-Espiritual da Humanidade após a pandemia” foi o tema do congresso.
Os delegados também pediram a “líderes religiosos e figuras políticas proeminentes de diferentes partes do mundo para desenvolver incansavelmente o diálogo em nome da amizade, solidariedade e coexistência pacífica”.
Os líderes religiosos disseram que foram inspirados por um desejo partilhado de um mundo justo, pacífico, seguro e próspero.
“Estamos convencidos de que o desencadeamento de qualquer conflito militar, criando focos de tensão e confronto, provoca reacções em cadeia que prejudicam as relações internacionais”, disseram na declaração emitida em vários idiomas.
“Acreditamos que o extremismo, o radicalismo, o terrorismo e todas as outras formas de violência e guerra, quaisquer que sejam as suas motivações e objectivos, nada têm a ver com religião autêntica e devem ser rejeitados nos termos mais fortes possíveis”, lê-se na declaração que foi adoptada pela maioria dos delegados.
Os líderes religiosos reconheceram a necessidade de combater e superar a intolerância, a xenofobia, a discriminação e os conflitos baseados em diferenças étnicas, religiosas e culturais, bem como o extremismo, o radicalismo e o terrorismo, que levam à perseguição religiosa e ao enfraquecimento da vida e da dignidade humana.
Afirmaram que o pluralismo e as diferenças de religião, cor da pele, género, raça e idioma são expressões da sabedoria da vontade de Deus na criação, e “qualquer incidente de coerção a uma religião particular e doutrina religiosa é inaceitável”.
Também incentivaram actos de misericórdia e compaixão, pedindo assistência às regiões afectadas por conflitos, desastres naturais e causados pelo homem.
A declaração, composta por um preâmbulo e 35 parágrafos, será distribuída como documento oficial da 77ª sessão da Assembleia Geral da ONU.
Também reconheceram a importância do Documento sobre a Fraternidade Humana assinado pelo Papa Francisco e o Grande Imã de Al-Azhar, Ahmad Al-Tayyeb, em Fevereiro de 2019, e a Declaração de Makkah, assinada em Meca em Maio de 2019, que clamam “pela paz, diálogo, compreensão mútua e respeito mútuo entre os crentes para o bem comum”.
Líderes religiosos de todo o mundo reúnem-se no congresso a cada três anos.
Em 2003, o ex-presidente cazaquistanês Nursultan Nazarbaev convocou o primeiro congresso deste tipo, inspirado no Dia de Oração pela Paz de João Paulo, em 1986, em Assis, que reuniu várias religiões e líderes para promover o diálogo inter-religioso, a paz e a harmonia.
Artigo do La Croix International, publicado a 16 de Setembro de 2022.
Partilhar