Arquidiocese de Braga -

II DOMINGO DA QUARESMA, ANO A

A palavra de Deus é o alimento que nos fornece os nutrientes da coragem e do entusiasmo, atitudes fundamentais para o nosso crescimento. Sem coragem e sem entusiasmo nunca seremos capazes de apreciar o sabor da presença de Deus.

JEJUAR COMO ESTILO DE VIDA

Jesus Cristo não nos quer parados ou instalados no nosso comodismo. Quer-nos corajosos a caminho e cheios de entusiasmo: “Erguei-vos e não tenhais medo!”.

O jejum, ao contrário do que muitos pensam, não é uma negação do prazer e da alegria. É de facto uma privação, não para negar o prazer, mas para educar o desejo, para que a alegria seja ainda mais intensa e também autêntica. Será tanto mais eficaz, quanto mais reconhecermos o que é que nos impede de acolher a Transfiguração, ou seja, a vitória da Páscoa, a vida nova do Ressuscita­do. Como a Quaresma, o jejum está sempre em função da vitória pascal. Aquele que jejua abre espaço para a contemplação do Ressuscitado, condição essencial para viver com intensidade em modo pascal.

A prática do jejum ajuda-nos a focar a atenção naquilo que verdadeira­mente nos alimenta, reorienta para essa fome essencial que nos habita e nos coloca em busca de sentido para a vida. Então, mais do que uma prática ocasional, este ponto de esforço vai ajudar-nos a assumir o jejum como um estilo de vida.

Com a prática regular do jejum po­demos ser libertos daquilo que nos impede de alcançar uma vida feliz. É para isso que servem os três pontos de esforço, em particular o jejum.

O jejum só tem sentido quando é fruto da nossa liberdade, quando é uma escolha que fazemos diante daquilo que nos escraviza e nos impede de estar mais recetivos à passagem de Deus pela nossa vida quotidiana. O amadurecimento espiritual não é outra coisa senão a nossa dedicação jubilosa em desco­brir a luz e a beleza da vida.

É tempo de recuperarmos a impor­tância do jejum para purificar a nossa vida, em todos os sentidos, e melhorar a nossa relação com Deus. Sem dúvida que jejuar é já rezar, o jejum é uma oração. Um dos provei­tos espirituais do jejum é a criação de boas condições para colocar Deus no centro da nossa vida. Não só quando nos apetece ou temos vontade, mas sempre, todos os dias.