Arquidiocese de Braga -
11 novembro 2023
Braga rezou pelos Seminários lembrando que vocação pode surgir em qualquer idade
DM - Francisco de Assis
A Vigília de oração aconteceu na Igreja de São Pedro e São Paulo, sob a presidência do Arcebispo de Braga
A igreja do Seminário de São Pedro e S. Paulo, em Braga, acolheu, ontem à noite, mais uma vigília de oração pelos seminários, no âmbito da Semana de Oração pelos Seminários, que termina amanhã. O ato religioso foi presidido pelo Arcebispo de Braga, D. José Cordeiro, que pediu aos seminaristas, religiosos e fiéis em geral que estejam atentos ao chamamento de Deus, que pode acontecer a qualquer momento e em qualquer idade.
A reflexão foi feita num ambiente propício, apenas à luz das velas, precisamente para convidar à oração e à introspecção. Aliás, a Vigília teve vários momentos de elevado simbolismo, como o acender e transmissão das luzes, mas sobretudo um prolongado “silêncio orante”. Um momento que D. José Cordeiro aproveitou para recordar o silêncio de mais de meia hora, no dia 5 de agosto, com o Papa Francisco, durante a Jornada Mundial da Juventude.
O Arcebispo de Braga frisou que é preciso recuperar o silêncio adorante, onde há simplicidade da oração.
Na vigília participaram seminaristas de outros países, nomeadamente de Cabo Verde, Moçambique e Angola; sacerdotes e freiras, responsáveis de institutos religiosos, movimentos paroquiais, catequese e fiéis em geral, de toda a Arquidiocese de Braga.
Na sua partilha, D. José Cordeiro dirigiu-se aos seminaristas e sacerdotes presentes, mas também ao povo cristão. Até para espicaçar os fiéis e contrariar a ideia de que só os jovens podem ser chamados a servir a Deus e à comunidade.
“A vocação pode acontecer em qualquer lugar, em qualquer momento da vida e em qualquer idade. Deus é imprevisível! Todavia, o chamamento é composto de rostos, de memórias, de pessoas, de experiências, de coordenadas históricas, geográficas e humanas”, salientou o Arcebispo de Braga, apoiando-se também no tema deste ano: “Não tenhas medo. Serás pescador de Homens”.
Aliás, a propósito do tema, D. José falou da Semana dos Seminários e da metáfora da pesca miraculosa. “Somos interpelados à confiança em Jesus Cristo. No mistério da pesca grande, resplandece o mistério de Jesus, o chamamento dos primeiros discípulos Simão, André, Tiago e João, que deixaram tudo e seguiram Jesus”.
O prelado lembrou o temor de Pedro e as palavras de tranquilidade de Jesus: “Não tenhas medo! A partir de agora serás pescador de homens”.
“É maravilhoso, porque Jesus quando chama os primeiros discípulos, convida-os a continuar a ser o que são ‘pescadores’, não anulando a sua humanidade, mas elevando-a a “pescadores de homens”. Deus eleva a natureza humana, não a mortifica”.
D. José enfatizou que, na pesca habitual, o pescador procura o seu interesse e não o dos peixes. Mas o significado evangélico da pesca é contrário, isto é, o pescador está ao serviço do peixe.
Para o Arcebispo, a metáfora do pescador e da rede é fundamentalmente comunitária, sublinhando a necessidade do caminhar juntos, em sinodalidade.
No final, todos rezaram a oração pelos seminários e pelas vocações, para que surjam seja em que idade for.
O prelado sublinhou que a comunidade precisa dos seminários e os seminários precisam da comunidade. “Porque sem seminários não há padres e sem padres não há eucaristia. E sem eucaristia não somos nada. Está tudo interligado”.
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