Arquidiocese de Braga -

17 novembro 2023

O meu Jesus sorri!

Fotografia Salama!

O Conquistador

Fátima Castro, Equipa Missionária Salama!

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No Novo Testamento encontramos várias passagens onde Jesus se compadece do sofrimento humano… e, na sua humanidade, chora. Chorou a morte do seu amigo Lázaro. Chorou sobre os pecados de Jerusalém. Chorou, com voz alta e em lágrimas, pedindo a Deus se o podia salvar da morte (cf. Heb 5, 7). Jesus não só chorava como também ousou proclamar “felizes os que choram porque serão consolados”. E sorrir? Quando é que Jesus sorriu? Não encontramos, na Bíblia, nenhuma referência escrita que mencione que o “Filho de Deus” possa ter sorrido. Mas isso não significa que este aspeto da fisionomia humana não estivesse presente.

Sempre entendi que o sorriso (a alegria) - como um dos frutos mais doces do Espírito Santo - era a nossa qualidade mais divina. Rir e sonhar!

Porque também acredito que Jesus me sorri muitas vezes… e também deve dar umas boas gargalhadas quando, com Ele, partilho aqueles meus sonhos ou projetos mais ousados!

Acredito que, o meu Jesus, me sorri de volta sempre que entro na capela da missão e, enquanto me ajoelho perante o sacrário, olho para a cruz pousada no topo e Lhe digo “Salama, salama meu Jesus. Bom dia, meu Jesus”!

Ele deve devolver o sorriso. E eu saio de lá sorrindo com a certeza de que O vou encontrando ao longo do meu dia. Basta estar atenta.

E então vejo-O a sorrir nos nossos bebés que nos adormecem no colo, depois que um biberão de leite que lhes aconchega o estômago. Ou no rosto das crianças que, com voz fina e tão pura, chamam “Mana: emanka (manga), xumo (sumo)… bolacha”! Nessas alturas até acho que Lhe vejo um sorriso de orelha a orelha! Ou aquele animador de comunidade que ligava, religiosamente todos os domingos, apenas para saudar e a saudação vinha sempre em forma de gargalhada!

Oh, há alturas que até consigo ver, no rosto do meu irmão, o meu bom Jesus a dobrar o riso!

Até pode não sorrir na Bíblia, mas eu vejo-O a sorrir em/para mim.

E, há dias, em que também chora comigo. Porque a missão tem tanto de amor como de dor. E nesses dias, Ele abraça-me. Consola-me. E dá-me tempo… para voltar a sorrir.

Os dois!

Porque o meu Jesus chora… mas também sorri! E muito.

Artigo publicado no Jornal O Conquistador de 17 de novembro de 2023.


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