Arquidiocese de Braga -

15 janeiro 2024

Arquidiocese de Braga discute novas formas de liderar

Fotografia Avelino Lima

DM - Carla Esteves

Dia Arquidiocesano do Coordenador assinalou-se no Auditório Vita, com uma reflexão integrada

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“Liderar para transformar... em sinodalidade” foi o tema central no sábado, 13, congregou no Auditório Vita cerca de duas centenas e meia de pessoas, entre coordenadores de departamentos diocesanos, movimentos de apostolado, associações de fiéis, catequistas, grupos corais e outros grupos eclesiais. 

Dinamizado pelo Departamento Arquidiocesano para a Formação e Ministérios Laicais, o Dia Arquidiocesano do Coordenador ficou marcado por vários momentos importantes, incluindo uma conferência proferida pelo padre Tiago Freitas que abriu horizontes e promoveu o debate acerca da liderança em sinodalidade, realçando a importância da formação para que se criem novos líderes.

Deixando claro que a sua pretensão não era transmitir fórmulas para encontrar bons líderes, até porque diferentes paróquias apresentam diferentes exigências, o padre Tiago Freitas ofereceu pistas acerca dos desafios que a Igreja enfrenta e que cada um terá que trabalhar. Vincou também que um líder será, sobretudo “aquele que tiver a capacidade de ler a realidade e as transformações que estão a acontecer na comunidade”. 

Segundo o padre Tiago Freitas, as temáticas que estão a ser levantadas pela sinodalidade obrigam a uma mudança no estilo de liderança, e a transição do ambiente rural para o urbano leva a ritmos de vida diferentes, frequentemente gerando uma mudança da vivência da religião e uma transição para um estilo mais fluído da espiritualidade.

O orador apontou ainda a alteração que se vem verificando na relação entre o presbítero e os leigos, que atualmente é encarada como “uma comunidade de ministérios, em que presbítero e leigos exercem ‘um ministério’ contribuindo cada um para a comunidade, numa liderança colaborativa, em que o líder não é um ‘lobo’ isolado e os membros são peças ativas, num trabalho realizado em equipa”.

Nesse sentido propôs  linhas orientadoras para  uma liderança em sinodalidade, recordando que a fé incide sobre a realidade e a vida concreta das pessoas. 

A formação para os serviços e ministérios; a inclusão das mulheres e dos jovens na comunidade e a importância de albergar as periferias (homossexuais, divorciados recasados, vítimas de xenofobia e racismo) foram três das orientações para uma nova liderança.

O padre Tiago Freitas defendeu ainda uma liderança com base no convívio intergeracional e na partilha de experiências e testemunhos para gerar novos líderes. 

“São realidades novas com as quais é necessário lidar e uma das tarefas dos líderes deve ser ter a humildade de procurar uma formação multidisciplinar. Não se podem ver estas novas realidades só numa perspetiva de fé, é preciso um olhar interdisciplinar”, afirmou.

 

D. Delfim reforça importância da formação

 

O Bispo Auxiliar e vigário da Comissão da Educação Cristã, D. Delfim Gomes, defendeu a importância da formação para ser uma Igreja sinodal.

“Um líder é alguém que pode transformar o outro, mas um líder cristão é aquele que transforma o seu irmão através do serviço que lhe presta e do amor com que o faz”, afirmou, exemplificando com os pontos 8 e 14 do Relatório Síntese da XVI Assembleia Geral Ordinária do Sínodo. O ponto 8 apela ao reconhecimento dos dons dos leigos e o aponta a formação dada por Jesus aos discípulos como modelo da fé a seguir.

Terminou agradecendo ao Departamento Arquidiocesano de Formação pelo “bem que faz”.