Arquidiocese de Braga -
20 fevereiro 2024
Mais de 160 raparigas prosseguem estudos em Pemba graças a projeto da Arquidiocese de Braga
DM - Jorge Oliveira
A campanha “Apadrinhe uma Menina” contou com o apoio de várias comunidades e organismos paroquiais da Arquidiocese de Braga.
A campanha “Apadrinhe uma Menina” lançada, em janeiro, pelo Centro Missionário da Arquidiocese de Braga vai permitir a mais de 160 raparigas da paróquia de Santa Cecília de Ocua, Diocese de Pemba, em Moçambique, prosseguir os seus estudos no ensino secundário em 2024.
Lançada no âmbito do projeto “Salama!”, no Domingo da Epifania do Senhor, a iniciativa contou com a adesão de centenas de pessoas, organismos e movimentos paroquiais que se tornaram padrinhos e madrinhas destas meninas. Sem este apadrinhamento, traduzido no pagamento de um kit escolar anual e no apoio residencial numa instituição de ensino, provavelmente estas jovens não poderiam continuar a estudar.
“Até ao sexto ano, o ensino é gratuito, a partir do sétimo ano as meninas têm que compram um uniforme, pagar uma propina e ter o material escolar”, explicou a coordenadora do Centro Missionário de Braga (CMAB), Sara Poças.
Sara que é também coordenadora do projeto “Salama!”, já agradeceu aos benfeitores que ajudaram 150 meninas com o kit escolar (30 euros anuais) e aos 13 padrinhos e madrinhas que se comprometeram em apoiar residencialmente outras tantas meninas (apoio anual de 200 a 800 euros).
“A adesão foi muito boa, o que denota que temos na nossa Arquidiocese muita gente solidária e consciente de que a educação é importante e fundamental para assegurar um futuro melhor às mulheres”, disse.
O Centro Missionário de Braga decidiu não estender este apoio à educação a toda a comunidade escolar de Ocua, porque se o fizesse seria dada primazia aos rapazes e as raparigas corriam o risco de ficar de fora.
Estas 163 meninas vão poder, já este mês de fevereiro, ingressar no ensino secundário, em escolas e colégios da região de Pemba, depois de terem concluído o ensino básico que é gratuito.
“Muitas raparigas percorrem, todos os dias, mais de 15 km a pé para irem à escola” e “a comunidade mais distante fica a 80 km da escola secundária de Ocua, única escola existente na paróquia”, lembra a coordenadora do CMAB.
As alunas apadrinhadas em regime residencial vão ficar alojadas em congregações religiosas, nomeadamente na Casa das Irmãs Mercedárias do Santíssimo Sacramento, na cidade de Pemba, na Casa das Carmelitas do Sagrado Coração de Jesus, na vila de Namapa, e na Casa das Irmãs da Paróquia de São João de Deus, na vila de Alua.
As 150 meninas a quem será entregue o kit escolar residem próximo dos estabelecimentos de ensino ou em casas de familiares.
Este projeto foi lançado pelo Centro Missionário de Braga com vista a promover a escolarização feminina. Desde cedo que a Missão da Arquidiocese de Braga radicada em Ocua se apercebeu que naquela região de Moçambique as mulheres são discriminadas em relação aos homens no que se refere ao ensino e acabam por se conformar com essa condição.
“Nós percebemos que era importante investir na valorização das mulheres começando quando elas são novas, porque depois vão crescendo com a mentalidade de quem têm valor e podem ter perspetivas de futuro”, explicou Sara.
Nas pausas letivas, está previsto estas alunas fazerem uma visita à Missão Ocua, onde a Arquidiocese de Braga tem uma equipa missionária e aí pretende instalar uma escolinha para o pré-escolar. Para isso, refere Sara Poças, “todas as ajudas são bem-vindas”, seja da sociedade civil, seja de empresas, já que o projeto implica um investimento avultado.
Os padrinhos e madrinhas que asseguram o kit escolar vão poder acompanhar atividades das alunas através de um grupo criado na rede social WhatsApp.
Mais de 160 raparigas prosseguem estudos em Pemba graças a projeto da Diocese de Braga
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