Arquidiocese de Braga -
25 março 2024
Arcebispo de Braga quer a Igreja de portas abertas e acolhedora
DM - Francisco de Assis
O Arcebispo de Braga presidiu ontem ao início das celebrações da Semana Maior na Arquidiocese de Braga. Primeiro na igreja de S. Paulo, repleta de fiéis, para a bênção dos ramos; e depois na Sé Catedral, igualmente cheia. Após a curta procissão, da igreja
O Arcebispo Metropolita de Braga fez votos que a Igreja de Braga e não só seja mais aberta e acolhedora a todos, sobretudo na questão dos sacramentos, especialmente do Batismo, aquele que abre porta da Salvação. Na homilia do Domingo de Ramos, na Sé Catedral, D. José Cordeiro, reforçou que a Igreja é a casa paterna, onde há lugar para todos com a sua vida fatigante.
A inspiração da homilia e dos apelos vieram da simbologia da abertura da porta principal da Sé Catedral. Entre cânticos e orações, o Arcebispo vai-se aproximando lentamente da porta. Bate três vezes na porta com uma grande cruz, simbolizando a entrada triunfal de Cristo em Jerusalém. Levantai ó portas os vossos umbrais, alteai-vos pórticos antigos, para entrar o Rei da Glória.
Posteriormente, na homilia, D. José lembrou que o «tão antigo quanto belo» costume da abertura da porta da Sé primaz com a cruz de Jesus Cristo desafia-nos a ter as portas da Igreja e das igrejas sempre abertas, para escutar e hospedar na alegria da fraternidade do Evangelho.
Para o Arcebispo de Braga, a Igreja é uma mãe de coração aberto e “a Igreja “em saída”, como muitas vezes refere o Papa Francisco, é uma Igreja com as portas abertas. (…) A Igreja é chamada a ser sempre a casa aberta do Pai. Um dos sinais concretos desta abertura é ter, por todo o lado, igreja com as portas abertas. (…) e nem sequer as portas dos sacramentos se deveriam fechar por uma razão qualquer. Isto vale sobretudo quando se trata daquele sacramento que é a “porta”: o Batismo. (…) Muitas vezes agimos como controladores da graça e não como facilitadores. Mas a Igreja não é uma alfândega, é a casa paterna, onde há lugar para todos com a sua vida fatigante», recorda-nos o Papa Francisco (EG 46-47)”, citou, concordando.
É preciso abrir as igrejas real e simbolicamente
No entender de D. José Cordeiro, há ainda em Braga muitas igrejas de portas fechadas. E é preciso abri-las real e simbolicamente.
“A Igreja não existe e não pode viver só para si mesma. Existe para o acolhimento de todos, existe para a Missão, ou melhor, para evangelizar com o Evangelho de que sempre se evangeliza”, disse o prelado, acrescentando: .
“O grande desafio do Cristianismo na atual pós-modernidade não é o ter as ‘igrejas vazias’, mas o ter as ‘igrejas permanentemente fechadas’. Não somos uma igreja de números, mas de pessoas!”, afirmou, com vigor, apelando à abertura das portas, no sentido real e simbólico.
“Como salienta a oração da dedicação de uma igreja: ‘aqui encontrem os pobres a misericórdia, alcancem os oprimidos a verdadeira liberdade, e todos os homens se revistam da dignidade de filhos vossos, até chegarem à Jerusalém do alto, a cidade do Céu’”.
Por fim, o Arcebispo Metropolita anunciou a proposta da dinâmica arquidiocesana da Quaresma-Páscoa: “Propomos Silêncio! Diante da dor e do sofrimento, não há palavras que reinem. Por isso, somos convidados ao silêncio. E o silêncio ajudar-nos-á a escutar, a dar primazia ao outro, a gerar verdadeiro encontro. Então, não nos deixemos levar pela doença do palavreado, mas dos gestos que eternizam momentos, tantas vezes vividos em silêncio”.
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