Arquidiocese de Braga -

3 julho 2024

Pastoral Universitária celebra o fim de mais um ano de voluntariado universitário

Fotografia DR

Pastoral Universitária de Braga

Comunidade universitária reuniu-se na Igreja dos Terceiros para marcar o fim do ano do voluntariado

No passado domingo, dia de 30 de junho, a comunidade universitária reuniu-se na Igreja dos Terceiros para marcar o fim do ano do voluntariado, numa Eucaristia presidida pelo padre Eduardo Duque, Diretor da Pastoral Universitária. Os jovens receberam o reconhecimento da sua participação nos projetos de voluntariado dinamizados pela Pastoral Universitária e contaram com uma palavra de alento para os anos vindouros. 

Este ano foram cerca de 60 os jovens universitários que disseram o seu “sim” aos projetos de voluntariado local e muitos deles juntaram-se neste domingo para agradecer o ano vivido. Juntaram-se a eles representantes das instituições com quem a Pastoral Universitária desenvolve os seus projetos: o Instituto Monsenhor Airosa, o Projecto Homem, o Colégio São Caetano, o Comando Distrital de Braga da Polícia de Segurança Pública, a Cáritas de Braga e a Casa de Saúde do Bom Jesus.

Normalmente, este momento dá-se no domingo associado ao Dia Internacional das Missões. No entanto, os coordenadores quiseram concluir este caminho com a presença e bênção daquele que foi sempre o coração do voluntariado junto dos universitários, o padre Eduardo Duque, que este ano dará por concluída a sua missão de 17 anos ao serviço da Pastoral Universitária e a quem os voluntários lembraram com um gesto de gratidão.

Na sua homilia, o sacerdote mencionou a ideia de que a morte corresponde ao corte que se dá entre os homens e Deus quando estes se entregam à injustiça, ao passo que a Vida é a comunhão plena com Ele e, assim, a presença d’Ele em nós. Como tal, a opção pela Vida é a opção de Deus nas nossas vidas, é aderir ao bem, à justiça e à verdade. A ordem enfática de Jesus à filha de Jairo, “Levanta-te”, que pudemos escutar no Evangelho, é o sinal do poder que transforma a existência humana. 

No dia em que celebrámos o ano de voluntariado, esta mensagem foi concreta e sugestiva quanto ao propósito da nossa vida e das nossas ações. Afinal, procuramos servir o próximo – despertá-lo é um propósito digno e bonito. Também nós, jovens, somos convidados a deixar o sofá e a calçar os sapatos do compromisso e do serviço aos outros, conforme escutamos no texto de introdução à cerimónia.

Certamente, ao longo do ano, os muitos voluntários foram confrontados com cenários da realidade, múltiplos nas suas vicissitudes. No contacto humano que o voluntariado proporciona, apresentam-se aos jovens universitários situações cujos contornos, por vezes, não são facilmente acessíveis. A cada contacto surgem desabafos de inquietações e inseguranças do quotidiano de cada um, ora mais dramáticos, ora mais lúcidos – afinal, quem não os tem? 

Por vezes, tende-se – a meu ver, erradamente – a olhar o voluntariado a partir de uma conceção paternalista, associando-o à mobilização de certos sentimentos como a pena. Quem faz voluntariado na Pastoral Universitária sabe que isso não corresponde – nem de longe nem de perto – à verdade. Isto porque somos interpelados por palavras e gestos surpreendentes que não estamos à espera, mas através dos quais tomamos o pulso à dimensão humana – e ganhámo-la, indubitavelmente. 

Polir esta dimensão é um aspeto manifestamente positivo do voluntariado. Creio que isso explica, em larga medida, o interesse por parte da comunidade académica por estes projetos. A Pastoral corresponde ao desafio, porquanto trata de assegurar aos voluntários a componente da formação e do acompanhamento, seja pela pertinência das sessões que promove, seja pela orientação da equipa de coordenadores. 

Merece, porém, a pena trazer à colação um elemento que dá completude à reflexão e, para tal, socorro-me novamente da Palavra – ela ajuda. Só assim concebo que a situação familiar, o contexto social, o estado de saúde e o peso da idade – enfim, as circunstâncias – não têm a última palavra a dizer. Não determinam o significado das coisas. 

É antes a opção que se faz pela Vida que determina aquilo que é a essência do voluntariado. A entrega gratuita, a consciência do compromisso, a gratidão dos simples e abundantes gestos de cumplicidade assinalam a escolha de Deus, a partir da qual somos mais plenos, mais autênticos. 

Nos últimos três anos, envolvi-me em três projetos diferentes de voluntariado, mas procurei colocar em todos igual vontade de aprender e crescer, atendendo ao próximo, valorizando aquilo que ele é. A identidade é uma riqueza que nunca pode ser descurada, pois é por ela que nos apresentamos ao diálogo.  

Estou certo de que a Eucaristia de domingo impeliu cada voluntário a olhar com alegria este caminho e a manter acesa a vontade de ser presença na vida do próximo. Com fé, estou certo de que todos queremos ser os ecos daquele sonoro “Levanta-te”.

Duarte Mendes Ribeiro,

Finalista de Ciência Política,

UMinho