Arquidiocese de Braga -

7 julho 2024

Jovens da Arquidiocese desafiados a colocarem dons ao serviço da comunidade

Fotografia Tiago Neiva

 DM - Jorge Oliveira

Encontro do próximo ano será no arciprestado de Fafe

Cerca de 400 jovens da Arquidiocese de Braga participaram, ontem, em ambiente de festa e celebração, no Dia Arquidiocesano da Juventude (DAJ), na cidade de Braga.

A Eucaristia campal, celebrada durante a tarde na Avenida Central, foi um dos momentos altos, reunindo não só jovens como bracarenses e visitantes que se associaram à celebração.

Na homilia, o padre Rúben Cruz, Assistente o Departamento Arquidiocesano para a Pastoral de Jovens, transmitiu uma palavra de incentivo aos jovens, desafiando-os a discernirem a sua vocação e a colocarem os seus dons ao serviço da comunidade.

Partindo das Leituras do dia, o sacerdote referiu que “cada um é original”, porque Deus colocou em nós dons que nos fazem ser “únicos”.

Afirmando que hoje em dia os jovens tendem a querer ser iguais uns aos outros, seguindo uma moda ou uma  tendência, o sacerdote alertou que esta forma de pensar e viver é limitadora, na medida em que impede as pessoas de se realizarem.

“Cada um de nós deve perguntar-se: em que é que eu sou original? Só assim conheceremos os nossos dons, a nossa missão, aquilo que Deus coloca no nosso coração”, referiu.

O padre Rúben Cruz exortou os jovens a abrirem-se a Deus e a não terem “medo de arriscar”, de “rasgar caminhos”, procurando motivar e ajudar os outros.

“Quando se ‘encaixotam’ as pessoas e não se é capaz de olhar para o próximo não se está a ser verdadeiramente cristão”, disse.  

O sacerdote incentivou ainda os jovens a não terem receio de  ajudarem a Igreja a ser mais aberta e inclusiva, através do seu testemunho e das suas ações no quotidiano.   

“Se queremos uma Igreja aberta a todos, todos, todos, temos que ser criativos e isso começa a partir da criatividade e da dádiva dos jovens”, salientou.

Nos workshops dinamizados da parte da manhã, os oradores convidados procuraram dar algumas pistas nesse sentido falando nas experiências do serviço aos outros, do voluntariado, da missão, do sofrimento e até da questão da morte - temas  escolhidos pelos próprios jovens.  

A parte “teórica” foi depois complementada com visitas a instituições de solidariedade social como a Cáritas, o Projecto Homem e outras, para tomar contacto com a realidade. O Dia Arquidiocesano da Juventude foi pensado pelas Equipas Arciprestais da Pastoral dos Jovens em articulação com a Equipa Diocesana.

O objetivo para este ano era “cimentar” as Equipas Arciprestais como eixo essencial da Pastoral Juvenil daquilo que acontece nos próprios Arciprestados.

Esse objetivo, disse o padre Rúben Cruz, foi cumprido e agora é «continuar e fortificar».

Dia Arquidiocesano da Juventude procura manter viva a chama da JMJ

O DAJ iniciou junto ao Coreto da Avenida Central com a entoação do Hino da Jornada Mundial da Juventude Lisboa 2023 com a presença dos grupos de jovens dos vários arciprestados.

Padre Rúben Cruz deu as boas-vindas e agradeceu a presença de todos, em nome da Equipa Diocesana e das Equipas Arciprestais, e desejou um encontro - o primeiro pós Jornadas Mundiais da Juventude (JMJ) Lisboa 2023 - frutífero, a nível de crescimento da fé, mas também de conhecimento e de partilha.

“Aproveitem bem este dia, que seja um dia de encontro e todos possam ir para casa diferentes”, desejou o sacerdote.

O Dia Arquidiocesano da Juventude realizou-se num ambiente pós JMJ sob o mote “Chamados e Amados”, com um programa pleno de atividades, desde workshops temáticos, visitas a espaços religiosos, visitas a instituições de solidariedade social. Houve também momentos de oração/reflexão, confissão, exposição do Santíssimo Sacramento, a celebração da Eucaristia, na Avenida Central, e a encerrar, um concerto pela banda Missio.

“Preparamos um programa de modo a não deixar esmorecer aquilo que vivemos na JMJ, queremos manter esta chama viva”, disse Marta Vilas Boas, do Departamento Arquidiocesano da Pastoral Juvenil.

Os workshops foram dinamizados em diferentes locais da cidade por vários oradores que falaram sobre temas como o serviço aos outros (voluntariado), o sofrimento, qual o sentido da vida e outros. Cada participante pode escolher duas temáticas do seu interesse.

Depois do almoço partilhado, os jovens visitaram alguns sítios culturais e monumentais, ligados mais à religiosidade (Capela Árvore da Vida, Seminário Menor, Capela da Imaculada, Casa Sacerdotal, igreja de S. Victor, Paço Arquiepiscopal, Capela de Guadalupe, Museu Pio XX, Museu-Tesouro da Sé), assim como também associações de solidariedade social como a Cáritas, o Projecto Homem, associação Pais em Rede.

Seguiu-se a celebração da missa campal, na Avenida Central, presidida pelo Assistente do Departamento Arquidiocesano para a Pastoral de Jovens, e um jantar-convívio, oferecido pela Arquidiocese.

A jornada culminou com um concerto pela Banda Missio, no palco da Avenida Central, aberto à comunidade. Antes do concerto foi anunciado e passado o testemunho ao Arciprestado que acolherá o Dia Arquidiocesano da Juventude de 2025, que é o Arciprestado de Fafe.

António Pires, do Arciprestado de Cabeceiras, foi um dos muitos jovens que participou neste encontro. Em declarações ao Diário do Minho, realçou que estas jornadas são importantes porque ajudam os jovens a entenderem melhor o sentido que Deus tem nas suas vidas.

“Através das dinâmicas desenvolvidas ficamos a perceber que podemos encontrar Deus nos pequenos momentos e nas pequenas ações dos nossos dias”, disse.

António Pires manifestou a sua alegria pela presença de jovens de toda a Arquidiocese neste encontro e por poder conviver com alguns deles, numa altura em que, lamentou, nota-se “menos jovens com força e motivação para participar nestas atividades”.

Para Cristiana Lopes, do Arciprestado de Esposende, esta jornada, além de ser “importante para entender o significado do que é estar com Deus”, é “ideal” para conviver com jovens de outro arciprestados, partilhar experiências e mostrar  “toda a vitalidade” dos jovens da Arquidiocese.

“Acho que estas atividades também ajudam as pessoas a entenderem o que é pertencer a um grupo de jovens e isso pode ajudar a trazer mais jovens para os nossos grupos”, acrescentou.

Cristiana Lopes espera que este dia tenha suscitado o interesse de outros jovens que, por alguma razão, andam mais afastados da Igreja.   



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