Arquidiocese de Braga -

19 agosto 2024

Padres Domingos Brandão, José Fonseca e cónego Malvar celebraram 70 anos de sacerdócio

Fotografia DM

DM - José Carlos Ferreira

O Santuário do Sameiro foi o lugar sagrado escolhido pelo padre Domingos Brandão, o padre José Fonseca e o cónego Frederico Malvar celebrarem os seus 70 anos de sacerdócio.

O momento foi devidamente assinalado com a celebração da Eucaristia presidida pelo Arcebispo de Braga, D. José Cordeiro, e concelebrado pelo capelão do Santuário do Sameiro, Monsenhor Ferreira da Costa, e pelos sacerdotes que foram ordenados em 1954.

Na homilia, D. José Cordeiro convidou cada um destes sacerdotes a partilharem o seu testemunho, e o cónego Frederico Malvar foi o primeiro a tomar a palavra para confessar que deve a sua vocação à sua mãe. «Eu ouvi estas palavras da minha mãe: se um dia tenho um filho sacerdote chego com um dedo ao céu. Eu, que andava um bocado a pensar em ser marinheiro, porque gostava da farda, para mim foi uma chamada», recordou. O sacerdote lembrou ainda que foi o pai que o trouxe ao seminário e com ele vieram mais dois irmãos que também foram ordenados, tendo ambos já falecido.

O padre José Fonseca partilhou, por sua vez, a importância da família na sua decisão de ser sacerdote realçando mesmo o seu pai. Mas, o sacerdote vincou também os testemunhos do seu pároco na Sé, o padre Constantino, do cónego Ribeiro, da sua catequista, dona Helena, e da sua professora. O padre José Fonseca não esqueceu ainda o papel crucial que o escutismo, com o lema “servir”, teve na sua decisão. «O ser ordenado no centenário da definição do Dogma da Imaculada Conceição também me marcou, sobretudo, a devoção Mariana», acrescentou.

O padre Domingos Brandão contou que desde pequenino ajudou à missa. Mas o que o cativou e ajudou a ir para o Seminário foi a música. Aliás, confessou o sacerdote, ao longo de toda a sua formação foi a música que o fez ficar até ao fim. Agora, passados 70 anos, tal como os colegas, deu graças por todos estes anos de serviço. «Nós, realmente, somos Cristo, mas não é só na missa, é em toda a vida, em toda a nossa ação. Portanto, temos de ser imitadores de Cristo. Eu lamento muitas vezes não o ter sido. Portanto, também serve para  a gente pagar as culpas que temos e que o Senhor tenha compaixão de nós», disse.

70 anos de doação e modelos referenciais

O Arcebispo Metropolita de Braga, na sua homilia, vincou os 70 anos de doação destes três sacerdotes a Cristo e à Igreja, considerando-os «modelos referenciais neste caminho da santidade, do caminho da vida da Igreja». «O sacerdote não é mais do que os outros cristãos, mas tem uma responsabilidade acrescida, de levar Jesus aos outros, de O dar no Pão na Eucaristia, porque recebeu esse mandato», disse.

Para D. José Cordeiro, este exemplo de 70 anos de sacerdócio deve ser para visto como um «desafio a prosseguir na mesma missão que nunca envelhece, porque o coração não envelhece». «Envelhecemos nós, porque, dia após dia, também a idade vai pesando sobre cada um de nós, faz parte do mistério da vida, mas renova-se interiormente porque, para quem se encontra com Jesus Cristo, o tempo passa numa outra dimensão», acrescentou.

O prelado vincou na sua homilia que a Eucaristia continua a ser o alimento da vida da Igreja, de todos os que se querem autenticamente encontrar com Cristo. D. José Cordeiro, evocando a proteção de Nossa Senhora do Sameiro, deu «profundas graças a Deus pelo ministério sacerdotal, pelo presbitério da nossa Arquidiocese, pelo serviço sacerdotal em toda a Igreja». «Pedimos aqui também o dom das vocações, para que nunca nos falte o Evangelho, nunca nos falte a Eucaristia porque em muitos outros lugares já sentimos essa necessidade, essa diminuição e aqui, entre nós há sinais do mesmo cansaço e diminuição e, ao mesmo tempo tantos sinais de esperança porque ainda este ano tivemos a graça de ordenar quatro padres aqui neste lugar», disse.