Arquidiocese de Braga -

O Arcebispo Metropolita de Braga felicitou ontem um grupo de 14 peregrinos que percorreu nos últimos dias o Caminho Português de Santiago de Leon de Rosmithal, salientando que esta nova rota jacobeia reforça a posição de Braga como eixo central da peregrinação para Santiago de Compostela.

Este novo caminho, inspirado no trajeto do século XV percorrido pelo barão Leon de Rosmithal, da Boémia, começa em Freixo de Espada à Cinta e termina da Sé de Braga, atravessando 11 Municípios, numa extensão de 240 quilómetros.

Os 14 peregrinos iniciaram a caminhada no dia 29 de setembro e chegaram ontem a Braga, tendo sido recebidos ao longo do percurso pelos bispos das dioceses de Bragança-Miranda, Vila Real e Braga.

Na receção do grupo no Paço Arquiepiscopal, D. José Cordeiro destacou a importância de Braga como impulsionadora deste novo itinerário, o qual vem reforçar o nome da cidade nos roteiros internacionais dos Caminhos de Santiago.

Segundo o prelado, este caminho é fundamentado em vários estudos e apresenta-se como uma nova proposta para os peregrinos que entram pela fronteira vindos de Salamanca, fazendo com que Braga “entre ainda mais nos roteiros dos Caminhos de Santiago”.   

“É interessante porque também por Freixo de Espada à Cinta entrou São Bartolomeu dos Mártires [antigo Arcebispo de Braga] quando regressou do Concílio de Trento”, observou. 

D. José Cordeiro notou que a Arquidiocese de Braga desempenha um papel central nos vários caminhos jacobeus que atravessam Portugal, com uma crescente passagem de peregrinos estrangeiros pela Sé Primacial.

Este projeto surge num contexto mais amplo de celebrações religiosas em que se destacam o Jubileu de 2025, Peregrinos de Esperança, e o próximo Ano Santo Compostelano em 2027, contribuindo para o reforço dos laços entre Braga e Santiago de Compostela.

“Este novo caminho não só fortalece a interligação entre as nossas dioceses, como também contribui para a promoção cultural e espiritual da região”, notou D. José, destacando a importância de iniciativas como estas para a revitalização da fé e da tradição da peregrinação.

Além de propiciar reflexão e experiência espiritual aos peregrinos, o Caminho de Santiago, acrescentou o Arcebispo, é também uma oportunidade de evangelização, “onde muitas vezes os peregrinos começam sem um propósito claro, mas encontram ao longo do percurso um novo sentido para as suas vidas”.

O Caminho de Santiago de Leon  de Rosmithal foi apresentado no dia 26 de setembro de 2023, na Igreja Românica de Fontarcada, Póvoa de Lanhoso, tendo a Câmara Municipal da Póvoa de Lanhoso como uma das principais entidades promotoras.

Orlando Fernandes, arqueólogo deste Município e um dos 14 peregrinos que concluiu ontem a nova rota jacobeia, disse ao Diário do Minho que o Caminho de Leon de Rosmithal apesar de ainda não estar totalmente sinalizado já é percorrido por vários grupos, sendo objetivo torná-lo mais acessível até ao próximo ano.

Explicou que este caminho - uma recriação da viagem realizada pelo barão Leon de Rosmithal de Praga até Santiago de Compostela, com passagem por Braga, onde foi recebido pelo  rei D. Afonso V - é sustentado numa forte base histórica e arqueológica, havendo descrições detalhadas da viagem de Rosmithal e do percurso por figuras históricas  como o Arcebispo de Braga Frei Bartolomeu dos Mártires.

A peregrinação do grupo que concluiu ontem o percurso, em Braga, culminou com a celebração de uma missa na Sé, presidida pelo cónego José Paulo Abreu.