Arquidiocese de Braga -

13 novembro 2024

Presépio ao Vivo de Priscos convida a refletir sobre a inclusão de migrantes e minorias

Fotografia Avelino Lima

DM

Edição deste ano é dedicada à valorização da diversidade e à importância de integrar pessoas de diferentes origens, culturas e etnias

O Presépio ao Vivo de Priscos, cuja XVIII edição decorre de 15 de dezembro a 12 de janeiro, promove este ano uma reflexão sobre a inclusão de migrantes e minorias. Trata-se, segundo o padre João Torres, de uma reflexão «profunda e necessária» no sentido de «sensibilizar figurantes e visitantes para questões sociais atuais», assim como «promover um espírito de solidariedade e acolhimento, refletindo o verdadeiro significado do Natal».

Um dos momentos mais emocionantes desta edição acontecerá no dia da inauguração, o qual contará com a participação especial de uma família oriunda do Congo, que viveu de perto a experiência de migração e superou muitos obstáculos para construir uma nova vida em Portugal. «A presença desta família no evento visa não apenas enriquecer a narrativa do presépio, mas também humanizar a questão migratória, permitindo que os visitantes compreendam as histórias reais por trás dos números e estatísticas», refere o sacerdote e mentor do Presépio ao Vivo de Priscos.

De acordo com o padre João Torres, este tema assume destacada relevância num mundo quem apesar de «marcado pela diversidade, onde cada vez mais pessoas se deslocam em busca de melhores condições de vida, segurança e oportunidades», muitos migrantes e membros de minorias «enfrentam desafios significativos ao tentar estabelecer uma nova vida». «Estes desafios incluem, frequentemente, o preconceito e a discriminação, que podem manifestar-se de forma direta ou subtil. Infelizmente, muitos encontram barreiras no acesso a serviços essenciais como habitação, saúde e educação, bem como oportunidades de emprego», lamenta.

O padre João Torres lembra, em comunicado, que «o preconceito é uma das principais barreiras à inclusão», baseando-se, «muitas vezes», em estereótipos e desinformação sobre culturas diferentes, «o que leva a atitudes de desconfiança e exclusão». «Esta exclusão social não afeta apenas o bem-estar dos indivíduos migrantes, mas também a coesão das comunidades que os acolhem. A falta de uma integração eficaz pode resultar em isolamento social, agravando sentimentos de alienação e dificultando o processo de adaptação», vinca.

Para que a inclusão seja verdadeiramente efetiva, sublinha o padre João Torres, «é crucial que as comunidades de acolhimento estejam abertas ao diálogo intercultural e à troca de experiências». «A integração é um processo de mão dupla que envolve tanto os migrantes quanto a sociedade que os recebe. Para superar os desafios da inclusão, é necessário um compromisso coletivo que envolva tanto políticas públicas eficazes quanto iniciativas comunitárias. As cidade, vilas e aldeias que abraçam a diversidade são aquelas que reconhecem o valor que cada indivíduo, independentemente de sua origem, pode trazer para a sociedade. Isto inclui a valorização das competências, tradições e histórias de vida que os migrantes e minorias trazem consigo», realça.

Assim, e porque «o Natal é, acima de tudo, uma celebração da esperança, do amor e da união entre os povos», ao abordar este tema, o Presépio ao Vivo de Priscos convida cada um a «refletir sobre a verdadeira essência desta época festiva». «É um convite a abrir o coração e as portas das nossas comunidades para acolher aqueles que chegam em busca de um lugar seguro e acolhedor», refere.

O Presépio ao Vivo de Priscos conta com a participação de centenas de figurantes e voluntários, muitos deles moradores da freguesia mas também das regiões circundantes. Para o padre João Torres, «esta participação ativa promove o espírito de colaboração, fortalecendo os laços comunitários e criando um sentimento de pertença». «Ao longo dos meses de preparação, as pessoas unem-se para trabalhar num objetivo comum, o que incentiva o convívio e a partilha de experiências entre diferentes gerações. Este Presépio não é apenas uma atração natalícia, mas também uma oportunidade educativa para famílias, escolas e grupos que o visitam. Ao recriar cenas da vida na época do nascimento de Jesus, o evento proporciona uma imersão histórica e cultural, enriquecendo o conhecimento dos visitantes sobre tradições bíblicas e valores cristãos», explica.

O Presépio funcionará em dezembro nos dias 15 (11h00-18h00), 22 (15h00-18h00), 25 (16h00--18h30) e 29 (15h00--17h30) e em janeiro nos dias 1 (16h00-18h30), 4 (20h00-22h30), 5 (15h00--18h00), 11 (20h00-22h30) e 12 (15h00-18h00). A entrada terá um valor simbólico em forma de donativo, sendo que parte do valor se destina ao projeto de apoio a reclusos que encontram nesta iniciativa uma oportunidade de reintegração e reabilitação, participando ativamente na construção dos cenários.