Arquidiocese de Braga -
1 dezembro 2024
Assembleia Arquidiocesana de Braga traça dinâmica evangelizadora para jubileu 2025
DM - Francisco de Assis
Evento aconteceu em São Bento da Porta Aberta
O Santuário de São Bento da Porta Aberta, no Arciprestado de Amares e Terras de Bouro, acolheu ontem a III Assembleia Arquidiocesana, sob o lema, “Nos Trilhos de São Bento. Na a sessão, que decorreu durante toda a manhã, o Arcebispo de Braga apresentou uma Carta Pastoral, onde está traçada uma grande dinâmica evangelizadora, para viver durante o ano jubilar de 2025, envolvendo todas os arciprestados e todo o território.
Na sessão, presidida pelo Arcebispo de Braga, D. José Cordeiro, participaram D. Delfim Gomes, Bispo Auxiliar de Braga; dezenas de padres e religiosos da Arquidiocese de Braga, dirigentes juvenis e dos movimentos diocesanos, para além de muitos cristãos que, ouvindo o apelo dos bispos e das respetivas paróquias, fizeram questão de marcar presença, ajudando a fazer o caminho sinodal, em comunhão fraterna.
Em termos culturais, as boas-vindas e a animação estiveram a cargo do Rancho Folclórico de Paradela/Valdosende, Terras de Bouro, e da Banda de Música da Torre, de Amares, arciprestados que começam hoje a receber a Visita Pastoral.
O evento começou com uma pequena mas simbólica procissão, passando pelas “Portas Abertas” de São Bento, até ao largo da basílica, onde foi feita a oração inicial, presidida por D. José Cordeiro, acolitado por um grupo de jovens. A abertura dos trabalhos foi feita precisamente pelo Arcebispo de Braga que, com base na Carta Pastoral “Levar Jesus a Todos - Juntos, peregrinos de Esperança no Caminho de Páscoa”, acabou por não só traçar caminhos a percorrer, juntos em comunidade, mas também um calendário que representa uma forte dinâmica evangelizadora.
A Carta Pastoral, que foi oferecida aos presentes na Assembleia e que será distribuída pelas paróquias, apresenta pontos como “Conversão ao Evangelho, oração e vida espiritual”; “Caminhar juntos com Jesus Cristo”; “Renovar”, “Que arte para acender a luz?”, e “A graça do Jubileu 2025”.
O prelado bracarense lembrou que no “Caminho de Páscoa” que se está a percorrer tem como horizonte temporal o ano jubilar de 2033, ou seja, a celebração dos 2000 anos da Páscoa de Jesus Cristo, abrindo-se, “assim, diante de nós um percurso marcado por grandes etapas, nas quais a graça de Deus precede e acompanha o povo que caminha zeloso na fé, diligente na caridade e perseverante na esperança”.
No entanto, refere o arcebispo, neste movimento de renovação, há algumas etapas intermédias que são muito oportunas e evangelizadoras, como a graça de dois anos jubilares: o Jubileu do nascimento de Jesus Cristo em 2025; e o Ano Santo Compostelano em 2027.
Braga abre ano jubilar no dia 29, na Sé
Na sua comunicação, D. José recordou que o Santo Padre abre o Ano Santo no dia 24 de dezembro e, no domingo seguinte todas as dioceses do mundo fazem a sua abertura.
Em Braga, o momento está marcado para o dia 29 de dezembro, dia da Sagrada Família. Na Sé Catedral haverá uma Eucaristia Solene, segundo o Ritual próprio preparado. Haverá uma procissão desde o Largo de São Paulo até à Sé.
De salientar que, durante o ano 2025, todos os 13 arciprestados vão peregrinar até à Sé Catedral de Braga. Começa com Amares e Terras de Bouro, no dia 9 de março e termina com Vila Verde, no dia 26 de outubro. De referir que foram indicados outros lugares “sagrados de acolhimento”, para gerar esperanças e de dinâmicas de evangelizadoras e de comunhão.
Renovar dentro do espírito de comunhão com a Igreja
Além da intervenção do Arcebispo Metropolita, a Assembleia Arquidiocesana de Braga em São Bento da Porta Aberta ficou marcada pelas comunicações de D. Bernardino Ferreira da Costa, monge do Mosteiro de São Bento de Singeverga, que falou sobre a espiritualidade beneditina; e do cónego Luís Miguel Rodrigues, que abordou o tema “Lugar e Possibilidade de Comunhão em Cristo”.
D. José Cordeiro citou o Papa para dizer que “não existe espiritualidade cristã que não esteja enraizada na celebração dos santos mistérios. (...) A liturgia é ação que fundamenta toda a vida cristã e, consequentemente, também a oração. (...) Um cristianismo sem liturgia é um cristianismo sem Cristo. Sem Cristo total”.
O prelado bracarense sustentou que “sair, evangelizar e discipular são verbos ativos no nosso caminho arquidiocesano de Páscoa, para passarmos de uma Igreja de cristandade a uma Igreja em missão. Uma Igreja em atitude de oração, formação, renovação e missão, cada vez mais atenta a todas as pessoas e aos sinais dos tempos. Uma Igreja que se faça companheira de viagem dos jovens, atenta aos seus sonhos, anseios e dificuldades, sabendo que os jovens procuram a Igreja, não para se divertirem, mas para se alimentarem interiormente”.
A propósito de evangelização, o cónego Luís Miguel citou o recente sínodo dos bispos, concordando: “Nós queremos confirmar, uma vez mais ainda, que a tarefa de evangelizar todos os homens constitui a missão essencial da Igreja; tarefa e missão, que as amplas e profundas mudanças da sociedade atual tornam ainda mais urgentes. Evangelizar constitui, de facto, a graça e a vocação própria da Igreja, a sua mais profunda identidade. Ela existe para evangelizar, ou seja, para pregar e ensinar, ser o canal do dom da graça, reconciliar os pecadores com Deus e perpetuar o sacrifício de Cristo na santa missa”.
Uma evangelização e vivência cristã que só pode acontecer dentro de uma Igreja Local, ou seja, uma Igreja Diocesana, em comunhão com o seu bispo. Não é possível viver a fé cristã, em comunhão com Jesus Cristo, sem estarmos inseridos na Igreja presidida pelo Bispo, ou seja, na Igreja Local, ou Diocese», vincou, acrescentando: «É o lugar que torna possível que cada pessoa faça a experiência de comunhão com Jesus Cristo».
Isto é, é só na diocese, «porção do Povo de Deus», que se pode viver a comunhão com Jesus.
Bernardo Reis e Nuno Loureiro recebem distinção do Papa Francisco
Um dos últimos pontos da Assembleia foi a distinção do provedor da Santa Casa da Misericórdia de Braga, Bernardo Reis; e do professor Nuno Loureiro, maestro do Coro da Colegiada de Barcelos.
Por sugestão da Arquidiocese de Braga, os dois receberam o galardão “Pro Ecclesia Et Pontífice”, a mais importante distinção entregue a um leigo.
Numa altura em que a a Igreja Arquidiocesana de Braga e a Igreja Católica, através do Sínodo pedem compromisso e corresponsabilização dos fiéis, dentro da Igreja, não deixando tudo para os padres e bispos, estes são vistos como exemplos de cristãos comprometidos com a sua fé e com os outros, procurando servir o próximo e não servir-se dos outros.
A visão humanista foi outra caraterística apontada tanto a Bernardo Reis como a Nuno Loureiro. O compromisso com a cultura também foi apontado aos dois.
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