Arquidiocese de Braga -
10 janeiro 2025
Opinião
Crianças evangelizam crianças!
Sandra Cunha
A IAM – Infância e Adolescência Missionária – é um projeto muito bem pensado e estruturado, o olhar atento à realidade e necessidades de um país, fez com que houvesse a necessidade de fazer algo. Os escolhidos, as crianças, são sem dúvida os melhores agentes da paz, o melhor veículo para chegar aos adultos. Com elas crescem os valores, ensinamentos e os exemplos.
A formação de um grupo, onde as crianças e adolescentes são os protagonistas, vivem a vida de uma forma muito especial, assumindo um compromisso em primeiro lugar com Jesus, com os irmãos, com a comunidade e o mundo. Crianças evangelizam crianças!
Nada é imposto, simplesmente é apresentado o projeto que assenta em dois pilares fundamentais — a oração e a missão — as duas complementam-se e são necessárias para cada criança e adolescente assumirem o papel de missionário. Não pode haver missão sem oração nem oração sem missão, só quando se juntam estes dois ingredientes, estão reunidas as condições para a missão!
Os pequenos missionários têm objetivos a cumprir, trabalham e atuam nas comunidades, são crianças comprometidas, dão testemunho de fé e solidariedade. Acredito também que espiritualmente se diferenciam de todas as outras crianças pela forma como agem, pela presença, postura e pela sua prontidão, temos missionários!
Temos também a comunidade com um olhar atento às ações que vão sendo realizadas, pronta a ajudar, vão observando os missionários vendo atitude, amor, doação e serviço. Começamos então a sentir o peso da responsabilidade e do compromisso, pois depositam em nós confiança.
É desta forma que vejo o projeto, não existe uma fórmula mágica para se trabalhar mas devemos tentar fazer sempre mais e melhor, indo ao encontro das necessidades do grupo fazendo tudo para que este projeto da infância missionária se propague e chegue ao coração de cada um, incutindo em cada um deles o gosto pela oração e pela missão, rezar pelas crianças do mundo, que percebam que é importante ajudar o próximo, cuidar da casa comum ou seja serem instrumentos de paz e construtores de um mundo mais humano e justo.
O meu olhar para o futuro é que toda a Igreja deve ter a preocupação de implementar nas comunidades o projeto da IAM para que estas se tornem missionárias. Assim, não teremos apenas crianças missionárias, mas sim famílias e comunidades missionárias! A participação no projeto IAM fomenta a criação de valores que as crianças carregarão para o futuro, como a solidariedade, a empatia e a importância da oração.
Como animadora, a preocupação de acompanhar e orientar cada criança é uma constante mas acima de tudo tenho como objetivo contribuir para o crescimento de cada um é fundamental colocar a semente no coração de cada um para que dê fruto.
Há palavras pelas quais me oriento a fé, compromisso, responsabilidade, ser exemplo, “Não existe ensino que se compare ao exemplo” dizia Baden Powell fundador do escutismo movimento ao qual me orgulho de ter pertencido.
Aconselho vivamente a conhecerem esta obra, que é bastante rica no conteúdo que tem e na estrutura que apresenta.
Além de trabalharmos o projeto da IAM na dimensão da fé e ajuda ao próximo, que só por si já é bastante rica e contagiante, conseguimos também desenvolver nas crianças e adolescentes algumas áreas de desenvolvimento — afetivo, espiritual, social, intelectual e carácter. Contribuímos desta forma para o crescimento e construção de homens e mulheres do amanhã mais comprometidos. O mundo precisa de seres humanos assim, o mundo precisa de missionários!
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