Arquidiocese de Braga -

19 janeiro 2025

Arcebispo de Braga refere que as famílias são “decisivas” na vitalidade da Igreja

Fotografia DM

 DM - Jorge Oliveira

D. José Cordeiro presidiu ontem à abertura do Conselho da Pastoral Familiar, onde foi apresentada a nova equipa

O Arcebispo Metropolitano de Braga, D. José Cordeiro, incentivou, ontem, a nova equipa do Departamento Arquidiocesano da Pastoral Familiar a partilhar a alegria da família na Arquidiocese, particularmente no ano jubilar de 2025, e a promover a sinodalidade de forma concreta.

Falando na abertura do Conselho da Pastoral Familiar da Arquidiocese, onde a nova equipa foi apresentada, D. José sublinhou que o maior desejo da Igreja é ser uma “família de famílias”, uma verdadeira “comunidade de comunidades”. 

A sinodalidade, no entender do Arcebispo, deve ser vivida em ações práticas, com as famílias a serem o coração pulsante da Igreja.

“Sentimos que a Igreja está muito viva, e as famílias são decisivas nesta vitalidade”, afirmou o prelado, destacando que a alegria das famílias é também a alegria da Igreja.

O Arcebispo manifestou gratidão à equipa anterior, que era coordenada pelo casal Rosa e Amândio Cruz, que deixou a sua função mas continua na missão da Igreja, e expressou votos de sucesso à nova equipa, coordenada pelo casal Elisabete e Paulo Coutinho, o qual expressou a sua vontade de dar continuidade ao trabalho da equipa anterior, redobrando esforços no sentido de formar uma rede de pastoral familiar na Arquidiocese.

Lembrando que na Igreja todos são agentes pastorais “corresponsáveis na missão”, o prelado realçou a importância da articulação entre todos os departamentos e serviços pastorais da Arquidiocese, para que a Igreja de Braga seja o “rosto autêntico e credível do Evangelho” na atualidade. 

Para D. José, o amor é a chave para a conversão, e a Igreja deve ser cada vez mais próxima das famílias, especialmente das mais fragilizadas e em sofrimento.

A nova coordenação da Pastoral Familiar será assumida, após nomeação,  pelo casal Elisabete e Paulo Coutinho, que, em declarações ao Diário do Minho, partilhou a sua vontade de dar continuidade ao trabalho da equipa anterior, que era coordenada pelo casal Rosa e Amândio Cruz. 

“Queremos também tentar formar uma rede de pastoral familiar que ainda não foi concretizada”, disseram. 

O casal Coutinho, que já pertencia à equipa anterior, destacou a importância de apoiar as famílias de forma prática e direta, oferecendo ferramentas para o dia a dia das famílias, e reforçou o compromisso de apoiar também os casais em dificuldade.

A nova equipa da Pastoral Familiar, ontem apresentada, é constituída ainda pelo casais Marta e Luís, Joana e Né e Anabela e Francisco, e por três padres assistentes: Vítor Novais, Vítor Araújo e Tiago Costa.

Segundo o casal coordenador, o encontro de ontem teve também como objetivo ouvir as necessidades e dificuldades sentidas nas paróquias e comunidades, para que a missão da Pastoral Familiar seja mais eficaz e esteja mais alinhada com as realidades locais. 

“Queremos ver a nossa missão de forma conjunta e em sintonia com aquilo que Deus nos pede”, sublinharam.

Uma das primeiras iniciativas da nova equipa será a Semana “Amoris Laetitia”, que ocorrerá na semana do Dia dos Namorados. Durante essa semana (de 9 a 16 de fevereiro), serão propostas várias atividades para as famílias, incluindo eventos online, jantares a dois com uma proposta espiritual, cinema em família, e celebrações de Eucaristia. 

Os sacerdotes assistentes da Pastoral Familiar manifestaram a sua vontade de caminhar juntos com todas as famílias e fazer com que elas encontrem paz, amor e harmonia.  

Rosa e Amândio Cruz coordenaram Pastoral Familiar com “grande paixão e graça” 

Rosa e Amândio Cruz, que estiveram à frente do Departamento da Pastoral Familiar da Arquidiocese de Braga durante dez anos, despediram-se, ontem, no último Conselho Arquidiocesano da Pastoral Familiar em que participaram como coordenadores.

Durante uma década, o casal dedicou-se com empenho à missão de apoiar e fortalecer as famílias, uma experiência que, como afirmaram, foi marcada por “grande paixão e graça”.

“Foi um longo serviço, mas um serviço muito apaixonante. Viver pelas famílias durante este tempo foi algo muito especial para nós”, confessaram ao Diário do Minho, visivelmente emocionados. 

O casal recordou o início da sua missão, que coincidiu com o arranque do Sínodo da Família (convocado pelo Papa em outubro de 2013), e marcado pela publicação da exortação apostólica Amoris Laetitia, que reforçou o compromisso da Igreja com o cuidado e valorização da Família.

Ao longo desta década, a equipa liderada por Rosa e Amândio Cruz promoveu diversas iniciativas, entre elas a criação da Escola de Famílias e a realização da Semana Amoris Laetitia. 

Embora tenham enfrentado várias dificuldades, como referiram, o casal nunca perdeu a esperança e acredita que as dinâmicas desenvolvidas irão dar frutos no futuro.

Destacam como a maior conquista do seu trabalho a capacidade de mostrar a beleza da família. 

Para o casal, foi fundamental promover a ideia de que a família é um verdadeiro “santuário da vida”, valorizando-a em todos os aspetos. 

“A maior conquista para nós, enquanto casal e equipa, foi poder ao longo destes anos mostrar e apresentar a beleza que é a família”, frisaram.

Além disso, o casal trabalhou desde o início na promoção da sinodalidade, respeitando as diferentes opiniões e ideias dentro da equipa, composta por casais de vários movimentos. 

Este espírito de unidade, segundo Rosa e Amândio Cruz, foi um dos pilares do trabalho que desenvolveram, sempre com o apoio e a proximidade do Arcebispo de Braga. 

“Perdemos uns e ganhámos outros, mas sempre construindo juntos”, disseram. 

Uma das iniciativas mais importantes durante o seu mandato foi a criação da Escola de Famílias, que tem sido um ponto de referência para a formação e apoio das famílias da Arquidiocese. 

Também o Gabinete de Serviço e Apoio às Famílias, que surgiu como uma resposta para acolher as famílias em situações de fragilidade, foi uma conquista que, embora tenha avançado lentamente, continua no caminho certo. 

Por concretizar, lamentaram, fica a rede tão desejada, na Arquidiocese, de grupos ou pontos de ligação nos diversos arciprestados, paróquias ou zonas pastorais da família.

Há cerca de um ano, Rosa e Amândio Cruz abraçaram o desafio de coordenar as famílias a nível nacional no movimento Focolares, motivo pelo qual deixou de ser compatível a sua missão na Pastoral Familiar na Arquidiocese de Braga.

“Este é um novo passo, mas a missão continua a ser a mesma: acompanhar e apoiar as famílias”, concluíram. 

O Arcebispo de Braga agradeceu todo o trabalho e empenho da Equipa liderada pelo casal Cruz, em prol de uma Igreja de Famílias, e enalteceu a forma harmoniosa, cordial e verdadeira como se deu a passagem de testemunho para a nova equipa.

“Temos uma Igreja de famílias com enorme potencial, há muito a fazer e é com todos os agentes pastorais que queremos prosseguir na missão”, disse D. José Cordeiro.