Arquidiocese de Braga -
21 novembro 2025
Opinião
Combater a indiferença
Paulo Aido - AIS
Fundação AIS alerta portuguesas para o tema da liberdade religiosa
Nesta semana, várias igrejas e monumentos em Portugal, como a Basílica dos Congregados, em Braga, ou o Cristo-Rei, em Almada, vão estar iluminados de vermelho, simbolizando a cor do sangue dos mártires. Trata-se de uma iniciativa internacional da Fundação AIS que tem como objectivo chamar a atenção do mundo para o flagelo da perseguição religiosa. E para falar de como é viver num país onde os cristãos enfrentam muitas dificuldades, vai estar entre nós o padre Hugo Alaniz. Ele vem de Alepo, na Síria, e vai estar em Braga, na Paróquia de Lomar e Nogueira, na próxima quinta-feira, dia 20, encontro que contará com a presença do Arcebispo D. José Cordeiro…
Cerca de 413 milhões de cristãos vivem em países onde a liberdade religiosa é gravemente restringida; destes, aproximadamente 220 milhões vivem directamente expostos à perseguição. Estes dados mostram um lado obscuro do mundo, de que pouco se fala embora afecte um número impressionante de pessoas. De acordo com o mais recente Relatório sobre a Liberdade Religiosa no Mundo, editado pela Fundação AIS, e lançado a 21 de Outubro, a perseguição religiosa assume muitas formas e varia consoante a região, mas os números totais oferecem uma visão clara da magnitude do problema: os cristãos estão expostos à perseguição ou discriminação em 32 países. E isso significa, muitas vezes, serem obrigados a fugir, tornando-se deslocados no seu próprio país ou refugiados no estrangeiro. É fundamental falar da perseguição religiosa. É imperativo denunciar a perseguição aos cristãos. É o que a Fundação AIS faz todos os dias, mas muito especialmente nesta semana de Novembro, em que organiza, aqui em Portugal e a nível internacional, a Red Week, a Semana Vermelha. Sinal do impacto que esta iniciativa está a ganhar, este ano, e pela primeira vez, o Parlamento Europeu vai iluminar de vermelho a sede da instituição, em Bruxelas. A sede do Parlamento Europeu vai ser iluminada de vermelho, simbolizando a cor do sangue dos mártires, em representação dos 27 Estados-Membros e foi decidido igualmente que no início do próximo ano será realizada uma conferência sobre o tema da perseguição religiosa.
Padre Alaniz, um testemunho que vem da Síria
Durante esta semana, vai estar entre nós o padre Hugo Alaniz, um sacerdote argentino em missão há vários anos em Alepo, na Síria. Ele vem testemunhar o que significa viver a fé num cenário de violência e de enorme pobreza. O sacerdote vai estar sempre acompanhado pela directora do secretariado nacional da Fundação AIS que, por sua vez, vai apresentar o Relatório sobre a Liberdade Religiosa no Mundo, que foi divulgado oficialmente a 21 de Outubro, em Lisboa. “Este é o início do nosso périplo pelo país, pois queremos levar a todas as dioceses, ao maior número possível de paróquias, de movimentos, de grupos da Igreja, as ideias-chave do nosso Relatório, para que o maior número possível de pessoas tenha noção real da situação dramática que se vive em tantos e tantos países do mundo no que diz respeito à liberdade religiosa e muito concretamente à perseguição aos cristãos”, explica Catarina Martins de Bettencourt. “Não podemos estar alheados desta realidade”, diz ainda a directora da AIS Portugal. “Esta é também a nossa missão. É preciso falar destes temas, denunciar esta realidade e esse é mesmo um dos propósitos desta ‘Red Week’. É preciso mobilizar consciências, é necessário que a nossa sociedade se consciencialize de que milhões de pessoas, de cristãos, têm a vida em risco todos os dias por coisas tão simples como quererem por exemplo ir à missa ou desejarem levar os seus filhos à catequese”, acrescenta a responsável. O padre Hugo Alaniz vai estar nas Dioceses de Leiria-Fátima [para um momento de oração e recolhimento no Santuário de Fátima], Viana do Castelo, Braga, Porto, Lisboa e Setúbal. Haverá momentos de oração, partilha de testemunhos e a apresentação das linhas-força do Relatório da Fundação AIS. Nas Dioceses de Viana do Castelo, Braga e Porto, a Fundação AIS vai organizar pelo segundo ano a “Noite das Testemunhas”, que contarão com a presença dos respectivos Bispos, D. João Lavrador, D. José Cordeiro e D. Manuel Linda. Está prevista ainda a celebração de uma missa em Lisboa, na paróquia de São Domingos de Benfica, no domingo, dia 23, pelas 10:30 horas. A Missa terá transmissão em directo pela RTP1. Toda a informação sobre estas actividades está disponível e actualizada em permanência no ‘site’ da AIS, em www.fundacao-ais.pt/redweek.
Perseguição religiosa: realidade global
São já muitos os países que aderiram a esta iniciativa da Fundação AIS. Além de Portugal, participam na Red Week a Austrália, Áustria, Alemanha, Holanda, Reino Unido, França, Itália, Irlanda, Suíça, Hungria, Canadá, México e Colômbia. Espera-se que a iniciativa atraia mais de 10 mil participantes directos em momentos de oração, actos públicos, reuniões escolares, concertos e marchas, e que reúna mais de 500 mil participantes através dos meios de comunicação e plataformas ‘online’. A Fundação AIS incentiva os portugueses a aderirem a esta iniciativa, mobilizando as suas comunidades, grupos de oração, escolas, movimentos, de forma que se possa iluminar o maior número possível de igrejas, capelas e outros edifícios relevantes, e assim, chamar a atenção da sociedade para o drama da perseguição religiosa no mundo. O vermelho, que simboliza o sangue dos mártires, servirá como um lembrete visual do sofrimento que milhões de pessoas enfrentam por causa da sua fé. A Fundação AIS convida todas as paróquias, escolas e comunidades a unirem-se a este gesto de solidariedade internacional, iluminando as suas igrejas de vermelho, organizando momentos de oração e partilhando uma mensagem durante a Semana Vermelha 2025 nas redes sociais com as etiquetas #RedWeek2025 e #RedWednesday2025. A AIS é uma fundação pontifícia que financia anualmente mais de 5.000 projectos em mais de 130 países. A sua missão é ajudar os cristãos onde quer que sejam perseguidos, oprimidos ou sofram necessidades pastorais.
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