Arquidiocese de Braga -

Ana Maria Javouhey, Fundadora das Irmãs de S. José de CLuny, nasceu a 10 de novembro de 1779 na aldeia de Chamblanc – França, uma aldeia rústica. A sua família dedicava-se principalmente à agricultura.

Em plena revolução francesa, esta menina nunca desistiu de fazer o bem e estar atenta às necessidades de todos. Catequese não faltava mesmo com a perseguição à igreja.

Sempre em movimento, sempre em discernimento, sempre a enfrentar tempestades, mas sempre também à escuta da Palavra de Deus para descobrir a Sua Santa Vontade A SUA LUZ NÃO SE EXTINGUE, VIVE.

Mergulhada nas Bem-aventuranças, desafiou e desafia a sair, a ir e bradar bem alto:

Bem-aventurados os mansos, os pobres, os humildes, os puros de coração, os que choram, os que têm fome e sede de justiça, os misericordiosos, os pacificadores, os perseguidos por causa de Jesus.

A sua fé descobre a Vontade Divina nos sinais dos tempos.

Aberta às ideias do seu tempo, aconselha suas Irmãs a serem do seu tempo. Hoje mais do que nunca o Carisma de S. José de Cluny está bem VIVO.

Diz-nos: “Sinto-me feliz por ver que a Divina Providência parece querer chamar-nos para suavizar a sorte de tantos infelizes. (Carta 71,3)

Educa homens e mulheres provenientes de diversas nações, de línguas, etnias e costumes totalmente diferentes "entre si [...] outros laços que não sejam o da escravatura" (384, 11). Como conceber a sua educação no respeito pela dignidade humana? Eles são filhos dum Pai comum, homens como nós (384, 15) Devem ser educados para o gosto pelo trabalho, cuidar das terras, cultivar para a sobrevivência de todos. Pessoas bem formadas para serem úteis na sociedade e sobretudo realizadas e felizes. 

Atravessou mares, chegou aos cinco Continentes, preparou Irmãs para responder aos apelos mais necessários do povo, a nível da educação, enfermagem, serviços domésticos, formação espiritual, catequese, ou seja, colocou o homem de pé, preparado para enfrentar a vida e valorizá-la. ESTAR EM TODA A PARTE ONDE HÁ BEM A FAZER E SOFRIMENTO A ALIVIAR. O nosso carisma tem a sua raiz aqui precisamente e é assim que vai descobrindo Vontade de Deus.

O sofrimento para Ana Maria lançava-a nos braços de Deus a ponto de bater ao sacrário quando não tinha nada para dar de comer às crianças a ela confiadas. Entregou a sua súplica a Deus esperou em paz e os alimentos apareceram através de seu pai que nada gostou da sua opção de vida, mas o toque divino foi mais forte e cedeu à Vontade de Deus.

Deus chama e cada Irmã de S. José vai em missão. É como um pássaro que está sempre pronto a voar. Somos Missionárias. 

Convido cada leitor a parar diante do Sacrário, em casa ou na natureza e rezar este Salmo com palavras das cartas que Ana Maria escreveu às suas Irmãs espalhadas pelo mundo.

Salmo dos projetos de Deus

“Deus quer realizar grandes coisas por meio de nós, fracos instrumentos;
       tornemo-nos dignos pela humildade.
Ponhamos toda a nossa confiança em Deus e contemos com Ele;
      será a nossa força, a nossa consolação no tempo e a nossa recompensa na eternidade.”
“Rezemos, rezemos para que o Senhor oriente os nossos projetos;
      A fim de que façamos unicamente a Sua Santa Vontade”
“Confiemos em Deus apesar dos nossos pecados;
      Esta confiança deve basear-se na nossa miséria nas nossas necessidades.

A obra de Deus é tão fácil quando Ele está connosco;
      pensemos na honra que Deus nos concede chamando-nos a torná-lo conhecido
      amado e servido em terras que tanto necessitam.

Artigo publicado no Suplemento Igreja Viva de 10 de março de 2022.