Arquidiocese de Braga -

18 junho 2016

Infância Missionária

Fotografia OMP

CMAB

A Infância Missionária é uma das quatro Obras Missionárias Pontifícias e talvez a mais difundida.

 

História:

Infância Missionária foi fundada por Dom Carlos Forbin-Janson, Bispo de Nancy, França, em 19 de maio de 1843.

Carlos Forbin Janson sempre se interessou muito pela realidade e evangelização dos povos. Já na adolescência manteve estreita ligação com os missionários da China. O seu desejo era ir à China e ser missionário com os missionários.

De posse de informações a respeito do sofrimento de milhares de crianças, o bispo teve a inspiração de convocar as crianças católicas para se organizarem com o objetivo de prestar socorro às crianças nas mais tristes situações.

Como fazer? Dom Carlos conversou com Paulina Jaricot. Ela, quando jovem, tinha dado início à Obra da Propagação da Fé. Ouvindo o plano de Dom Carlos, apoiou a ideia dele, definiu esta iniciativa como "Obra da Propagação da Fé para as crianças". Ela mesma expressou seu desejo de se alistar como primeira associada para a divulgação da Obra.

Era preciso fazer alguma coisa: Dom Carlos Forbin Janson resolveu convocar as crianças para socorrer as crianças. Propôs às crianças da França que ajudassem outras crianças, recitando uma Ave Maria por dia e doando um dinheiro por mês; assim surgiu a Infância Missionária.

Era, sem dúvida, a primeira vez que na história da Igreja se confiava às crianças um papel missionário específico: salvar as crianças inocentes, para fazer delas pequenos discípulos missionários.

Embora tenha nascido para socorrer a triste situação das crianças chinesas, logo abriu seus horizontes para o mundo inteiro. O resgate, o batismo, o sustento e a educação das crianças dos povos que não conhecem Jesus Cristo foram, desde o início, os objetivos da Infância Missionária. Um plano ambicioso: prestar todos os socorros materiais, morais, intelectuais e religiosos de que necessitam as crianças de todos os lugares, culturas, raças e crenças.

Dom Carlos tinha em mente visitar uma após a outra as nações da Europa, pregando esta nova cruzada de batismo, educação e resgate das crianças chinesas, e, uma vez garantida a Obra, embarcar ele próprio para aquele país, onde esperava que Deus lhe desse a graça de misturar seu sangue ao sangue dos outros mártires. Mas, esgotado com tanta atividade, sua saúde não resistiu, enquanto a sua Obra se ia difundindo. No dia de sua morte repentina, em 11 de julho de 1844, a Obra da Santa Infância estava estabelecida em 65 dioceses.

Hoje a Infância Missionária está presente em todos os continentes, em mais de 130 países.

 

Por que Infância?

Porque os protagonistas são as crianças e adolescentes, que se dedicam em favor das crianças do mundo inteiro, independentemente da cultura, raça ou religião. O nome “Infância Missionária” vem de uma devoção existente então na França: a infância do Menino Jesus. Por isto surgiu com o nome de “Santa Infância”.

 

Por que Missionária?

É missionária porque educa as crianças no crescimento da fé, inserindo-as nas atividades missionárias numa dimensão universal. Pelo compromisso do batismo, vivem concretamente a experiência da partilha da fé e seus bens com todas as crianças do mundo.

 

Por que é uma Obra Pontifícia?

Porque se diferencia de uma atividade apostólica transitória. A sua organização, a presença em todo o mundo, pelo seu testemunho e eficiência, tendo sido aprovada e assumida pelo Papa (Pio XI) como Obra evangelizadora a serviço de toda a Igreja.

 

Qual a sua finalidade?

Tem como finalidade suscitar o espírito missionário universal nas crianças, desenvolvendo-lhes o protagonismo na solidariedade e na evangelização e, por meio delas, em todo o Povo de Deus: "Crianças ajudam e evangelizam crianças". São crianças em favor de outras crianças.

 

Objetivos:

Esta Obra, como afirma o Concílio Vaticano II, "tem a capacidade de infundir nos católicos, desde a infância, o sentido verdadeiramente universal e missionário" (AG 38). "Esta Obra é um serviço das Igrejas particulares que trata de ajudar os educadores a despertar progressivamente nas crianças uma consciência missionária universal e a estimulá-las a partilhar a fé e os meios materiais com as crianças das regiões e das Igrejas mais necessitadas, despertando desde o início vocações missionárias. As ofertas dos meninos de todos os países contribuem para formar fundos de solidariedade que têm por finalidade ajudar as obras e a formação em favor dos meninos mais pobres.

A Obra tem uma função profundamente educativa; e adapta-se aos imperativos pedagógicos nos seus métodos de formação missionária e de disponibilidade à generosidade. Ao despertar a consciência missionária das crianças, deverá adaptar-se à sua mentalidade, à sua idade, ao seu ambiente e às suas possibilidades. Embora tenha os seus próprios meios e estruturas de catequese, a Obra tem que integrar-se sempre na pastoral de conjunto da educação cristã dando-lhe uma abertura missionária" (Estatutos da Infância Missionária).

Tendo presente estes objetivos, o Papa João Paulo II expressou de forma atualizada o seu espírito, na Mensagem do Ano Internacional da Criança, definindo a Obra da Infância Missionária como "uma verdadeira rede de solidariedade humana e espiritual entre as crianças dos antigos e novos continentes".