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Andreia Araújo | Braga| 9 Abr 2020
Sempre Alerta para Servir!
Andreia Araújo, leiga voluntária missionária do projeto Salama! Cooperação Missionária Braga-Pemba
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  © Salama! | Ocua, Pemba, Moçambique

Missão, aquela palavra que nos encaminha de imediato ao desprendimento e ao trabalho dedicado aos outros. Eu, particularmente, sempre senti vontade de partir e dedicar-me somente a uma causa. Todo o trabalho voluntário que fazia parecia-me sempre pouco e ficava sempre a sensação do “podia fazer mais”. Quando surgiu a oportunidade de partir em Missão através do projeto Salama! para a paróquia de Ocua, em Pemba, Moçambique, foi como se me sentisse pronta desde sempre. E as pessoas perguntavam se não tinha medo, ou se estava triste por deixar cá tudo para ir em Missão, e a verdade é que não, porque já estava há muito tempo pronta para partir. Olhando para trás percebo que, em grande parte, o Escutismo, que faz parte de mim e me ajudou a construir o meu carácter, quem sou hoje, ajudou-me muito nesta preparação ao longo da vida. É impossível falar de Escutismo e não falar na palavra serviço. Ser escuteiro é colocar-nos ao serviço dos outros a tempo inteiro, na nossa vida. Se adicionarmos a essa certeza o desprendimento e a faceta prática que o escutismo nos incute, então temos os ingredientes necessários para, havendo iniciativa, partir em Missão.

Ao chegar ao terreno, o sentimento de “casa” é imediato. A receção de braços abertos por parte da população, como quem recebe família, e nos enche de carinho ainda sem nos conhecer. Ocua é sem dúvida “casa”. A alegria das pessoas é contagiante, através de abraços, de música e de dança, pessoas que, mesmo tendo pouco e vivendo com poucas condições, vivem no verdadeiro sentido da palavra, dando outro significado a palavras como alegria, amor, família e partilha. O que importa é ser e estar, apenas isso, ações tão simples que nós tendemos a descurar a sua importância, esquecemo-nos tantas vezes que menos é sempre mais. Estar em Missão, concretamente na Paróquia de Ocua, reacende-nos no coração a alegria de viver, a importância de um gesto, um olhar, o significado de estar sentada uma tarde debaixo do cajueiro simplesmente a fazer companhia a alguém e recebermos essa presença de volta, sem trocar palavras. Faz-nos relembrar de que matéria a Humanidade é feita, faz-nos dar importância àquilo que realmente interessa, deixando para trás bens materiais e certezas que não são necessárias para viver; não esquecendo o isolamento a que somos sujeitos, que por vezes é atroz, mas que nos obriga a parar de verdade e a olhar para o mundo e para as pessoas de outra forma. Mas nesta circunstância encaixa-se o Escutismo novamente, que me ensinou a viver na Natureza, a conseguir lidar, desde criança, com o estar longe mas sempre confortável, a ser criativa e com pouco fazer muito, a ser prática e adaptar-me rapidamente a cada cenário novo na minha vida. Foi o Escutismo que me incutiu o sentido de Serviço que define, sem dúvida, o meu carácter. Ainda bem que assim foi, fui conduzida a uma experiência única, daquelas que nos marca o coração para sempre. Torna-nos pessoas diferentes, começamos a olhar o mundo de outra forma e aprendemos a comunicar melhor através da linguagem da humanidade: o amor!

Artigo publicado no Suplemento Igreja Viva de 09 de abril de 2020.

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