Arquidiocese de Braga -

24 fevereiro 2022

Papa Francisco: "Não nos cansemos de fazer o bem"

Fotografia DR

DACS

Mensagem do Papa Francisco para a Quaresma de 2022.

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"Não nos cansemos de fazer o bem; porque, a seu tempo colheremos, se não tivermos esmorecido. Portanto, enquanto temos tempo, pratiquemos o bem para com todos» (Gal 6, 9-10a)" é o lema escolhido pelo Papa Francisco para a Mensagem para a Quaresma de 2022.

"A Quaresma é um tempo favorável de renovação pessoal e comunitária que nos conduz à Páscoa de Jesus Cristo morto e ressuscitado. Aproveitemos o caminho quaresmal de 2022 para refletir sobre a exortação de São Paulo aos Gálatas: «Não nos cansemos de fazer o bem; porque, a seu tempo colheremos, se não tivermos esmorecido. Portanto, enquanto temos tempo (kairós), pratiquemos o bem para com todos» (Gal 6, 9-10a)", assim começa a Mensagem.

O Papa Francisco frisa a sementeira e a colheita e indica o kairós referido por São Paulo como um tempo propício para semear o bem tendo em vista uma colheita.

"Qual poderá ser para nós este tempo favorável? Certamente é a Quaresma, mas é-o também a nossa inteira existência terrena, de que a Quaresma constitui de certa forma uma imagem [1]. Muitas vezes, na nossa vida, prevalecem a ganância e a soberba, o anseio de possuir, acumular e consumir, como se vê no homem insensato da parábola evangélica, que considerava assegurada e feliz a sua vida pela grande colheita acumulada nos seus celeiros (cf. Lc 12, 16-21). A Quaresma convida-nos à conversão, a mudar mentalidade, de tal modo que a vida encontre a sua verdade e beleza menos no possuir do que no doar, menos no acumular do que no semear o bem e partilhá-lo", explica.

O Pontífice afirma que o primeiro agricultor "é o próprio Deus, que generosamente continua a espalhar sementes de bem na humanidade" e que durante a Quaresma somos chamados a responder ao dom de Deus, acolhendo a sua Palavra "viva e eficaz".

"A escuta assídua da Palavra de Deus faz maturar uma pronta docilidade à sua ação (cf. Tg 1, 19.21), que torna fecunda a nossa vida. E se isto já é motivo para nos alegrarmos, maior motivo ainda nos vem da chamada para sermos «cooperadores de Deus» (1 Cor 3, 9), aproveitando o tempo presente (cf. Ef 5, 16) para semearmos, também nós, praticando o bem. Esta chamada para semear o bem deve ser vista, não como um peso, mas como uma graça pela qual o Criador nos quer ativamente unidos à sua fecunda magnanimidade", afirma.

O Santo Padre diz que se faz toda a sementeira a pensar na colheita e que é precisamente semeando para o bem do próximo que participamos na magnanimidade de Deus: "constitui grande nobreza ser capaz de desencadear processos cujos frutos serão colhidos por outros, com a esperança colocada na força secreta do bem que se semeia".

"Semear o bem para os outros liberta-nos das lógicas mesquinhas do lucro pessoal e confere à nossa atividade a respiração ampla da gratuidade, inserindo-nos no horizonte maravilhoso dos desígnios benfazejos de Deus", sublinha.

O Papa Francisco pede que não nos cansemos de rezar, de "de extirpar o mal da nossa vida", que "não nos cansemos de fazer o bem, através duma operosa caridade para com o próximo".

"A Quaresma é tempo propício para procurar, e não evitar, quem passa necessidade; para chamar, e não ignorar, quem deseja atenção e uma boa palavra; para visitar, e não abandonar, quem sofre a solidão. Acolhamos o apelo a praticar o bem para com todos, reservando tempo para amar os mais pequenos e indefesos, os abandonados e desprezados, os discriminados e marginalizados", conclui.

 

[Pode ler a mensagem na íntegra aqui.]