Arquidiocese de Braga -

O Vaticano lançou esta quinta-feira novas orientações acerca do acolhimento de migrantes, propondo uma “cultura do encontro”.

A Secção de Migrantes e Refugiados do Dicastério para o Serviço do Desenvolvimento Humano Integral sublinha a importância de “reconhecer e vencer o medo” e a necessidade de “reconhecer os migrantes como uma bênção”, na dinamização das comunidades, quer a nível litúrgico, como também social.

O Papa Francisco, que assina o prefácio do documento, afirma que as orientações “convidam a ampliar o modo de ser Igreja” e alerta para o contexto atual, promovendo, desta forma, uma Igreja “verdadeiramente sinodal, em caminho, não instalada, nunca satisfeita”.

“[Os migrantes] Permitem-nos viver um novo Pentecostes nos nossos bairros e nas nossas paróquias, tomando consciência da riqueza da sua espiritualidade e das suas vibrantes tradições litúrgicas. A situação atual representa também uma oportunidade para viver uma Igreja verdadeiramente sinodal, em caminho, não instalada, nunca satisfeita, mas antes uma Igreja que «não faz distinção entre autóctones e estrangeiros, entre residentes e hóspedes», porque todos somos peregrinos nesta terra”, escreve o líder da Igreja Católica.

No documento é reconhecido que as comunidades precisam de uma “correcta compreensão do fenómeno”, e que essa compreensão vai gerar um “ambiente favorável ao encontro mútuo” e de uma verdadeira “cultura do encontro”. É também referido que a falta de preparação gera “suspeições e medos”, facilmente se ignoram “experiências e necessidades”, contrariando a construção de uma Igreja que escuta activamente e é compassiva.

Uma das propostas é convidar “os paroquianos, especialmente os jovens e os jovens adultos, a envolverem-se pessoalmente em programas de assistência aos migrantes e refugiados necessitados, a fim de fomentar a empatia e a compaixão”.

As orientações indicam que a Igreja é chamada a “entender a multiplicidade dos seus membros como uma riqueza a valorizar”, visível, por exemplo, na celebração de “liturgias vibrantes que respeitam as diferentes tradições culturais” e reconhecendo os migrantes católicos “como meio de dinamização das comunidades locais”.

Também é pedida uma “cooperação eficaz” entre “entidades católicas e entre estas e todos os outros organismos”, e convidam-se as comunidades católicas “a ver na presença de muitos migrantes e refugiados de outros credos ou sem religião uma oportunidade providencial para cumprir a missão evangelizadora da Igreja através do testemunho e da caridade”.