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28 Mai 2023
O barco, símbolo da Igreja e da nossa história
Homília proferida na Vigília de Pentecostes, nos 100 anos do CNE
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  © Avelino Lima

(No início, mostramos um barco de papel, dizendo que naquele barco está a nossa vida)

As barcas estão seguras, atracadas no porto, mas não foi para isto que foram construídas. Foram feitas para a navegação e também para enfrentarem as tempestades. Cada um de nós, está a navegar, em alto-mar! O nosso lugar não está nos sucessos e nos resultados triunfais, mas numa barca em alto-mar, no mar aberto, em que antes ou depois, durante a navegação da vida, surgirão águas agitadas e ventos contrários.

1. OS VOSSOS ANCIÃOS TERÃO SONHOS E OS VOSSOS JOVENS TERÃO VISÕES (da I leitura, a Profecia de Joel)

O Corpo Nacional de Escutas CNE tem como um imenso trunfo: a sua intergeracionalidade interna, colocando adultos, de variadas idades, a caminhar com as crianças, os adolescentes e os jovens, acompanhando-os, desafiando-os. Os nossos dirigentes ainda sonham? E os nossos jovens escuteiros desejam transformar o mundo à luz do Evangelho?

Contudo, não basta só sonhar nem só desejar transformar o mundo. Não basta sonhar com o que virá amanhã. Claro que todos temos necessidade de sonhar. Quem não sonha morre. É fundamental dar sonho à vida, mas o decisivo é dar – hoje – vida aos nossos sonhos. A tentação é fugir do presente para o passado ou para o futuro, mas tendemos em recusar viver o hoje e, assim, acrescentamos dias à vida, mas não vida aos dias.

Todavia, é aqui e agora, a celebrar o centenário do CNE, que somos chamados a dar forma ao sonho de Jesus Cristo. Ora, porque nem sempre assim, ou seja, não raras vezes, estamos a sonhar com o que virá amanhã, esquecendo de saborear inteiramente o hoje vamos cortar duas partes deste barco.

2. O PENTECOSTES: TU ÉS MORADA DE DEUS

Jesus Cristo faz de nós protagonistas. Cada um com a sua diferença e diversidade. Ele deixa o seu Sonho nas mãos de gente inábil, talvez incapacitada, mas gente que vai fazendo o seu caminho. Nós recebemos dons uns dos outros, fortalecemo-nos uns aos outros neste caminho que é movido pelo Espírito Santo. Nós temos mais capacidades do que nós pensamos. Nós construímos o sonho de Jesus Cristo quando, conscientes de sermos morada de Deus, percebemos que há milagres na ponta das nossas mãos, no interior das nossas palavras, na capacidade de cuidar. Isso é o Espírito Santo em ação.

Porém, nem sempre é assim. Por vezes, ficamos a vida toda a achar que não somos capazes disto e daquilo e esquecemo-nos que somos morada de Deus. Então, cortemos mais uma parte do barco.

3. CRUZ, O COLETE SALVA-VIDAS

O que acontecerá a um barco que esteja nestas condições? Irá afundar-se! O que é que os barcos têm para salvar os tripulantes quando está prestes a afundar-se? (uma pausa de segundos) um colete salva-vidas! E quem é esse colete salva-vidas para nós? (abrimos o colete e vemos uma Cruz). Abrirá em forma de Cruz. O nosso colete salva-vidas é Jesus Cristo. Iluminados por Jesus Cristo, a nossa missão é ser luz (ser colete salva-vidas) na vida de outros.

Deus não atua pela nossa vez, não nos livra das tempestades, mas apoia-nos no meio delas. E não é pelo amainar do vento, nem pelo fim dos problemas. Não atua no meu lugar, mas juntamente comigo, não para me poupar à tempestade, mas para me dar força dentro da tempestade. Assim, a nossa atitude é aguentar e não deixar cair os braços, pegar no balde para tirar a água e continuar a remar.

O amor tem a forma da cruz pascal.

+ José Manuel Cordeiro
Arcebispo Metropolita de Braga

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