Arquidiocese de Braga -
31 março 2007
Raízes de Eternidade: Jesus Cristo, uma Igreja

Fotografia
- Um tesouro para a fé -
\nA incredulidade moderna continua, porventura inadvertidamente, à procura de Deus. Se notamos uma ausência de sentido de vida, verificamos, também, muita angústia existencial e perplexidade perante o futuro.
A Igreja tem, como missão exclusiva, a responsabilidade de mostrar o rosto de Deus. Todas as iniciativas se orientam neste sentido. Depois, o ser humano é livre de acolher ou rejeitar. Como nunca, respeitamos a liberdade mas nunca podemos fugir à responsabilidade de propor.
Sabemos que a proposta pode não se revestir das características da modernidade que pretende experiências mais imediatas, sem profundidade histórica e perspectiva efectiva de futuro. Sabemos, porém, que o “coração humano” se sente “intranquilo” enquanto não se encontra com Deus (S. Agostinho). Daí que olhamos para as raízes que, sendo invisíveis, dão consistência ao projecto humano que se realiza em horizontes de eternidade para ser de “ontem, de hoje e de sempre”. Só assim, nos tornamos “Sacramento” de Cristo, ou seja, sinal que deveria ser evidente e eloquente, embora conscientes de que a História da Igreja se nos apresenta rodeada de “luzes e sombras”.
A Semana Santa “expõe-nos” um “Ecce Homo” desfigurado e desvirtuado. Sabemos, porém, que as contradições podem ser preâmbulo para uma transfiguração. Conhecer a história, ajuda a recentralizar-se no caminho certo para que a verdade continue a ser plenamente proclamada de modo a tornar-se segredo a moldar a vida.
Daí que tudo na história – no passado e no presente – pode e deve ser acontecimento Kairótico, ou seja, manifestador duma beleza que ultrapassa os limites do imediato. A arte, em todas as dimensões, é esta expressão da beleza de Deus na apresentação do sublime das qualidades humanas. Daí que ela entre na paixão da Igreja pelo homem e nos obrigue a aventuras económico-financeiras humanamente impensáveis. Temos fé e acreditamos que vale a pena. Trabalhamos com a ajuda das entidades oficiais – que agradecemos – e contamos com a ajuda e colaboração de mecenas que no muito ou pouco são contributo imprescindível. Estamos ao serviço de Braga e do País. Era bom que todos, a começar pelas nossas comunidades cristãs, reconhecessem o esforço que a Arquidiocese está a fazer nesta área da museologia que nos ocupa e preocupa. Só com a ajuda de todos, o Tesouro da Catedral e o Museu Pio XII serão presença cultural em Braga. Neste momento, dou graças a Deus pelo trabalho e dedicação daqueles que permitiram este serviço à cultura, rezo e faço votos para que este Museu – como outros – sejam local de anúncio de Deus.
Cristo “lamentava-se” perante Filipe: “Há tanto tempo que estou no meio de vós e ainda não me conheceis”. Não estará esta interpelação a provocar uma séria reflexão sobre a história cristã da nossa Arquidiocese? Sinais de fé abundam na pastoral actual e em todos os objectos que esta exposição manifesta. Não teremos de “ouvir” a lição da história para “conhecer”, com consciência e interioridade, Aquele que é sentido orientador do nosso caminhar?
Louvo a Deus pelo Tesouro da Catedral, renovado e ampliado. Agradeço, de novo, a quem lhe deu vida, no presente e no passado. Espero que as visitas se tornem proclamação da beleza dum Deus, salvador do homem e sentido da humanidade.
Sé Catedral – Inauguração do Museu
30/04/2007
+ Jorge Ferreira da Costa Ortiga,
Arcebispo Primaz
A Igreja tem, como missão exclusiva, a responsabilidade de mostrar o rosto de Deus. Todas as iniciativas se orientam neste sentido. Depois, o ser humano é livre de acolher ou rejeitar. Como nunca, respeitamos a liberdade mas nunca podemos fugir à responsabilidade de propor.
Sabemos que a proposta pode não se revestir das características da modernidade que pretende experiências mais imediatas, sem profundidade histórica e perspectiva efectiva de futuro. Sabemos, porém, que o “coração humano” se sente “intranquilo” enquanto não se encontra com Deus (S. Agostinho). Daí que olhamos para as raízes que, sendo invisíveis, dão consistência ao projecto humano que se realiza em horizontes de eternidade para ser de “ontem, de hoje e de sempre”. Só assim, nos tornamos “Sacramento” de Cristo, ou seja, sinal que deveria ser evidente e eloquente, embora conscientes de que a História da Igreja se nos apresenta rodeada de “luzes e sombras”.
A Semana Santa “expõe-nos” um “Ecce Homo” desfigurado e desvirtuado. Sabemos, porém, que as contradições podem ser preâmbulo para uma transfiguração. Conhecer a história, ajuda a recentralizar-se no caminho certo para que a verdade continue a ser plenamente proclamada de modo a tornar-se segredo a moldar a vida.
Daí que tudo na história – no passado e no presente – pode e deve ser acontecimento Kairótico, ou seja, manifestador duma beleza que ultrapassa os limites do imediato. A arte, em todas as dimensões, é esta expressão da beleza de Deus na apresentação do sublime das qualidades humanas. Daí que ela entre na paixão da Igreja pelo homem e nos obrigue a aventuras económico-financeiras humanamente impensáveis. Temos fé e acreditamos que vale a pena. Trabalhamos com a ajuda das entidades oficiais – que agradecemos – e contamos com a ajuda e colaboração de mecenas que no muito ou pouco são contributo imprescindível. Estamos ao serviço de Braga e do País. Era bom que todos, a começar pelas nossas comunidades cristãs, reconhecessem o esforço que a Arquidiocese está a fazer nesta área da museologia que nos ocupa e preocupa. Só com a ajuda de todos, o Tesouro da Catedral e o Museu Pio XII serão presença cultural em Braga. Neste momento, dou graças a Deus pelo trabalho e dedicação daqueles que permitiram este serviço à cultura, rezo e faço votos para que este Museu – como outros – sejam local de anúncio de Deus.
Cristo “lamentava-se” perante Filipe: “Há tanto tempo que estou no meio de vós e ainda não me conheceis”. Não estará esta interpelação a provocar uma séria reflexão sobre a história cristã da nossa Arquidiocese? Sinais de fé abundam na pastoral actual e em todos os objectos que esta exposição manifesta. Não teremos de “ouvir” a lição da história para “conhecer”, com consciência e interioridade, Aquele que é sentido orientador do nosso caminhar?
Louvo a Deus pelo Tesouro da Catedral, renovado e ampliado. Agradeço, de novo, a quem lhe deu vida, no presente e no passado. Espero que as visitas se tornem proclamação da beleza dum Deus, salvador do homem e sentido da humanidade.
Sé Catedral – Inauguração do Museu
30/04/2007
+ Jorge Ferreira da Costa Ortiga,
Arcebispo Primaz
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