Arquidiocese de Braga -
13 janeiro 2006
Uma proposta para os pais/educadores
Departamento Diocesano da Pastoral Familiar
\nTriénio dedicado à Família. Sendo que uma das nossas grandes apostas é a educação e os valores por que se deve pautar, no início deste novo ano, proponho um conjunto de atitudes para os pais e/ou educadores. Se não a adoptar, pelo menos, reflicta sobre a mesma. Dê uma nova oportunidade a si e ao seu filho/educando. Ao longo deste novo ano, — Amarei o meu filho/educando. — Respeitarei o meu filho/educando tal como ele é. Se for uma criança tímida, respeitarei essa característica em vez de tentar, de todas as formas, transformá lo naquilo que idealizei que ele deveria ser, nas minhas expectativas que cresceram, muitas delas, sobre as minhas frustrações. Não esquecerei de que, cada vez que disser a uma criança tímida que ela deveria ser mais de outra forma, isso será equivalente a dizer que eu não gosto dela como ela realmente é. — Quando alguma coisa correr mal, aproveitarei essa oportunidade para aprender, em vez de ficar a lamentar me sobre o erro que cometi. — Estarei efectivamente com o meu filho/educando o tempo necessário para conhecê lo, para partilhar com ele experiências, para lhe dar amor e educação. — Disciplinarei o meu filho/educando, não o castigando, mas antes ensinando o a saber parar, ou seja, o auto controlo. Não é por bater nele que estarei a ensiná lo a controlar se. Aplicarei a disciplina para as coisas importantes e não para tudo, para não correr o risco de saturar a criança com uma constante e contraproducente negação do que ela poderá efectivamente fazer. — Serei consistente no meu papel de educador(a), isto é, responderei sempre da mesma forma em situações análogas. — Dialogarei em vez de gritar. Quanto mais alto gritar hoje, mais alto terei de gritar na vez seguinte. E, por vezes, o silêncio é precioso até para o entendimento, para a cumplicidade, para o diálogo. — Controlar me ei para poder entender o meu filho/educando, isto é, quando, stressado e exausto, estiver prestes a perder o controlo, pararei para poder perceber o que realmente se passa com a criança. — Darei oportunidade ao meu filho/educando para aprender a entreter se a si próprio, por exemplo sozinho, através do contacto com objectos simples que despertem a sua imaginação e criatividade, sem o recurso à televisão. Para isso, não a proibirei. Em vez disso, recusar me ei a tornᬠla especial, ou seja, nunca veremos televisão na hora das refeições e não a colocaremos, por exemplo, no quarto da criança, porque sabemos que estudos indicam que ela é responsável por crianças obesas, deprimidas, ansiosas, hiperactivas, inseguras. Por conseguinte, verei menos televisão, para que não pense que é uma coisa boa, e ensinarei a ver televisão de forma crítica, mostrando lhe quando está a ser vítima de manipulação e de lavagem ao cérebro, sobretudo com a publicidade. Para tal, verei televisão com o meu filho/educando, tendo sempre presente de que ele não deve vê la mais do que uma meia hora ou uma hora por dia, já que não é boa nem necessária para o seu crescimento saudável. — Cultivarei o hábito da leitura com o meu próprio exemplo, lendo mais, e fomentando um tempo povoado pela imaginação, antes da criança adormecer. — Ajudarei o meu filho/educando a aprender a estar sozinho e a gerir frustrações, porque quero que seja um adulto feliz, equilibrado. — Não serei um adulto flutuante, cambiante. Por isso, adoptarei posições firmes e manifestarei convictamente a minha personalidade, para que o meu filho/educando estruture e construa a sua personalidade com segurança. — Esforçar me ei por nunca desautorizar os outros agentes de educação (p. ex: outro progenitor, avós, …), diante do meu filho/educando, ainda que não concorde com eles, nomeadamente para não gerar confusão na criança. Resolverei as divergências através do diálogo franco e sensato, longe do alcance auditivo do meu filho/educando. — Ensinarei ao meu filho/educando a importância dos valores cristãos, através do meu exemplo inequívoco, no quotidiano das nossas vivências. — Preocupar me ei com o desenvolvimento espiritual do meu filho/educando, mostrando lhe a relevância da oração enquanto encontro de afectos entre Deus e os homens, implementando o hábito de rezar, do diálogo com Deus. — Respeitarei as experiências do meu filho/educando, a sua essência, a sua individualidade. — Farei o melhor que puder. Helena Guimarães Departamento Arquidiocesano da Pastoral Familiar
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