Arquidiocese de Braga -

18 maio 2008

Famílias, acreditai no futuro

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D. Jorge Ortiga

18-05-08 " Seminário Menor

Dia Arquidiocesano da Família

\n- Começamos, há três anos, uma caminhada pastoral sob o lema: “Família, Boa Notícia para o terceiro milénio”. Tratava-se de propor – às famílias e às comunidades – um modelo, a partir do matrimónio, onde muitos descortinassem o caminho da verdadeira felicidade. No meio da barafunda de opiniões e na confusão de ideias que se propagam a Família Cristã não é uma mera e simples alternativa; é o caminho a prosseguir.
- As metas alcançadas e as estruturas incrementadas ou renovadas só as famílias e as comunidades saberão reconhecê-las. Da minha parte, toca-me esperar um aumento na qualidade da Pastoral Familiar. Como Plano Pastoral, quisemos ver a família na sua realidade, nua e crua, e pretendemos cruzar-nos com todos os cenários. Já conhecíamos situações. Agora conhecemos melhor. Daí que a nossa responsabilidade seja maior.
- Não ignoramos uma oposta em fragilizar o instituto familiar. Tudo serve para o descaracterizar ou destruir. Não se trata, somente, de optar pelo mais fácil. É o Estado a promover este facilitismo e, o que é mais grave, dizendo que o faz para defender a família. Não nos interessa o confronto. As armas são diferentes e, intencionalmente, somos mal interpretados, apelidando-nos de retrógrados perante a mentalidade moderna a ser interpretada noutros países. Se não queremos confrontos, sabemos que a nossa luta está no trabalho, compromisso/ resposta ao dom recebido para mostrar a viabilidade e a validade duma família interpretada à luz do projecto divino.
- Celebramos este Dia Arquidiocesano da família em dia litúrgico da Santíssima Trindade que, diga-mo-lo, é a família de Deus e aí encontramos o modelo da vida familiar e da Igreja. Na Trindade sublinhamos a diversidade das três pessoas e a unidade da divindade. Na família desenvolvemos a diversidade, na originalidade irrepetível de cada um, e articulamos o permanente desafio de crescer na unidade.
- Trata-se dum amor uno e fiel, complementar e harmonioso, aberto à vida que se acolhe responsavelmente e com alegria.
Perante a Santíssima Trindade sublinho trs coordenadas fundamentais para a família:
1 - Se a Trindade é o modelo da família cristã, não é possível viver neste paradigma sem muita proximidade com Deus. As famílias falham por não quererem ter tempo para a oração familiar e experiência, no diálogo e na comunhão, com Cristo Vivo que está no meio de dois ou mais que se amam. A espiritualidade conjugal é imprescindível e isto deve levar, entre outras coisas, à descoberta da Eucaristia dominical como família e em família. Os grandes edifícios necessitam de alicerces profundos. A família sem espiritualidade não tem consistência, balanceia e corre o risco de cair.
2 - Se quisemos escutar as família, teremos, agora, de convencer-nos que a família deve colocar-se à escuta da Palavra de Deus. A Boa Nova que a família é, descobre-se pegando na Boa Nova Evangélica para intuir o que é necessário viver. Aí estão os critérios e as razões das opções; aí se redescobre o encanto de viver em comum e se readquire força para ultrapassar as inevitáveis dificuldades. Daí que peça: Famílias deixai-vos tomar pela Palavra de Deus para que ela tome conta de vós.
3 - Sempre na lógica do amor Trinitário, o Filho é o enviado do Pai para uma experiência de identificação com a realidade humana. É Deus e homem. Também as família necessitam de deixar o lar para se encontrarem e crescerem com outras famílias. Como são fundamentais os grupos ou movimentos de casais. São apoio para todos e obrigação de trabalhar pelas outras famílias. Este trabalho de encontro com outras famílias significa assumir, incarnar como Cristo, os problemas familiares para encontrar, em nome de Cristo e da Igreja, uma solução adequada, humana e cristã.
- Peço à Santíssima Trindade que nos dê famílias a viver duma espiritualidade séria, interpeladas pela Palavra e enviadas a “salvar” as outras famílias.
† D. Jorge Ortiga, A.P.